Henrique Braga assume a Câmara após afastamento de Wellington Magalhães

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
06/12/2016 às 12:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:58

Principal alvo da operação "Santo de Casa", que investiga crimes contra a administração pública, dentre eles fraudes em licitações, corrupção passiva e ativa, desvio e lavagem de dinheiro, o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (PTN), está suspenso do cargo de vereador por 60 dias, prazo que pode ser prorrogado. Em seu lugar, assume a presidência da Casa o vereador Henrique Braga (PSDB), primeiro vice-presidente da Câmara.

Segundo o Ministério Público Estadual, as investigações iniciaram-se em abril deste ano, a partir de representação noticiando que Magalhães estaria fraudando licitações públicas para desviar recursos e adquirir bens móveis e imóveis em nome próprio e de laranjas em valores incompatíveis com sua renda oficialmente declarada.

Conforme a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte, as fraudes envolvendo a contratação de serviços de publicidade acarretaram um aumento de mais de 100% das despesas da Câmara somente no exercício de 2015, saltando de cerca de R$ 7,5 milhões nos exercícios de 2013/2014 para mais de R$ 18 milhões somente em 2015. Entre os fatos apurados, foram encontradas evidências de pagamentos a empresas de fachada para prestação de serviços fictícios de publicidade.

Segundo os promotores de Justiça, o presidente da Câmara é suspeito de lavar o dinheiro recebido de propina por meio de contratos fictícios com empresas de sua confiança. Com o dinheiro supostamente adquirido de forma ilegal, ele teria comprado, por exemplo, uma mansão 1.700 m2 na orla da Lagoa da Pampulha, onde foi procurado nesta terça-feira (6) para ser conduzido coercitivamente. Contudo, o vereador não foi localizado no imóvel nem em outras propriedades que possui, no Condomínio Aldeias do Lago, em Esmeraldas, na Grande BH, e em um condomínio de Sete Lagoas, na Região Central de Minas.

No cumprimento do mandado de busca na mansão na Pampulha, os agentes apreenderam um cofre, joias e uma coleção de pelo menos 10 relógios. Além de Magalhães, outros seis mandados de condução coercitiva e outros de busca e apreensão estão sendo cumpridos. 

De acordo com os promotores de Justiça, o vereador ganhou notoriedade quando assumiu a presidência da Câmara e acabou com a verba indenizatória, sob o pretexto de economia dos cofres públicos. "Todavia, em uma breve análise dos números, verifica-se um enorme aumento de gastos, com processos licitatórios eivados de vício e contratos superfaturados. Verifica-se, ainda, a influência do investigado perante as instituições e órgãos da Administração Pública, com homenagens na Câmara a integrantes do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário, aproximações essas que lhe renderam influência e prestígio perante tais instituições", afirmam os promotores de Justiça.

A operação contou também com a participação da Polícia Militar, Receita Estadual e auditores fiscais da Prefeitura de Belo Horizonte,

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