Indústria reage à Covid: produção avança 1,1% em outubro, mas fica abaixo dos 2,8% do mês anterior

André Santos
andre.vieira@hojeemdia.com.br
02/12/2020 às 22:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:12
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A produção industrial apresentou, pelo sexto mês consecutivo, crescimento no país. O anúncio feito nesta quarta (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela avanço de 1,1% em outubro. No entanto, há uma tendência de desaceleração da retomada, já que em setembro o índice foi de 2,8%. Em Minas, a Sondagem Industrial feita pela Federação das Indústrias (Fiemg) quanto a outubro considera que houve alta pelo quinto mês consecutivo, já que o nível de produção permaneceu acima de 50 pontos (56,7), contra 60,5 em setembro.Maurício de Souza/Hoje em DiaBens de capital como os usados na indústria automotiva estão entre setores cuja produção teve mais destaque

No Brasil, o avanço registrado pelo IBGE em setembro (3,7%) foi mais de três vezes superior ao apurado para outubro. Nos últimos seis meses, a produção industrial cresceu 39%. No entanto, no acumulado de 2020, o setor amarga uma retração de 6,3%. Por outro lado, o desempenho de 1,1% apurado pelo IBGE em outubro deste ano superou o valor alcançado no mesmo mês de 2019, que ficou em 0,8%. Um avanço, portanto, de 0,3%.

Dois dos quatro grandes grupos econômicos do país puxaram a produção, segundo a pesquisa. Bens de capital – com aumento de 7% – e bens de consumo duráveis – alta de 1,4%. Somados os últimos seis meses, esses grupos acumulam altas de 111,5% e 506,7%, respectivamente.

Câmbio e juros
Presidente da Fiemg, o empresário do setor têxtil Flávio Roscoe credita essa sinalização positiva da indústria especialmente ao binômio câmbio desvalorizado e juros baixos. “A desvalorização do câmbio permite que a indústria acesse melhor os mercados do exterior. Já os juros menores, possibilitam ao setor investimentos a custos mais acessíveis”, destaca Roscoe.

No entanto, nem todos os setores de atividades industriais apresentaram resultados positivos em outubro. A indústria alimentícia teve encolhimento de 2,8% em relação a setembro. Outra que apresentou queda – de 2,4% – foi a extrativista. É o segundo mês em que o segmento registra diminuição – em setembro, foi de 4,7%.

Para o economista Marcos Marçal, da Fiemg, os dados do IBGE mostram a tendência de que a retomada da indústria só está garantida no curto prazo. 

O fim das medidas econômicas adotadas pelo governo federal – como o pagamento do auxílio emergencial –, avalia Marcos Marçal, pode levar o reaquecimento da produção a acontecer em velocidade cada vez menor. “O fim das medidas econômicas de auxílio tomadas no plano federal em razão da pandemia nos revela um cenário ainda incerto. No entanto, já é possível prever que a velocidade do aumento da produção e da geração de empregos vai ser menor em 2021”, pondera o economista da Fiemg.

 Sondagem Industrial feita pela Fiemg no Estado traz indicadores positivos para o 10º mês

No Estado, o aumento da produção industrial também deve ser verificado em outubro, como mostra a Sondagem Industrial feita pela Federação das Industrias de Minas Gerais (Fiemg). Pelo índice, a evolução da produção apontou avanço em outubro – o que representa o quinto mês de alta consecutivo – ao permanecer acima de 50 pontos. O indicador marcou 56,7 pontos – contra 60,5 em setembro. 

A amostragem da Fiemg também avaliou a capacidade instalada efetiva em relação à usual da indústria no Estado. Em outubro, o índice ficou em 51,5 pontos – mostrando que a indústria operou acima do habitual para o período. Pelo segundo mês sucessivo, o índice apresentou alta, considerando os 52,1 de setembro. 

Outro bom indicador mostrado pela Sondagem é em relação à criação de empregos no setor. O indicador mostrou aumento pelo quarto mês consecutivo, com 55,3 pontos em outubro. Em comparação ao mesmo mês de 2019 – 49,1 pontos – o índice cresceu 6,2 pontos, mais alto patamar da série histórica, iniciada em 2011. 
A Fiemg também mediu a expectativa do empresários em relação aos próximos seis meses, quanto a demanda, compra de matéria-prima, emprego e aumento dos níveis de investimento.

Demanda e matéria-prima aparecem com resultados positivos, mostrando perspectiva de avanço no próximo semestre. Tanto a expectativa sobre número de empregados quanto a intenção de investimento ficaram praticamente estáveis, no levantamento feito pela Fiemg. (A.S.)

  

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