Indefinida viabilidade comercial na bacia do São Francisco

Bruno Porto - Hoje em Dia
03/03/2015 às 08:05.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:12

Segue a indefinição sobre a viabilidade comercial do gás natural na bacia do São Francisco, em Minas Gerais, que sofreu mais um revés. A Shell, que já foi operadora de cinco blocos exploratórios e ainda detém um em sociedade com a Vale, confirmou na última segunda-feira (2) que irá, dentro do prazo, devolver a área concedida à União. A empresa alega não ter encontrado, após as perfurações, “resultados que justificassem o desenvolvimento e a produção de petróleo e gás em escala comercial”.

O bloco era dividido entre Shell (60%) e Vale (40%). Segundo a multinacional, as perfurações realizadas foram suficientes para atestar a inviabilidade do negócio. “A reinterpretação geológica da área após a perfuração sugere uma baixa prospectividade remanescente”, informou a empresa, que preferiu não informar quanto foi investido nas perfurações e sondagens.

No último sábado (28) venceu o prazo para a Petra Energia enviar à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o Plano de Avaliação de Descoberta (PAD), um documento usado para fundamentar a declaração de comercialidade da exploração. A Petra, que já teve negada pela ANP uma solicitação de prorrogação de prazo por cinco anos, ingressou com um novo pedido. A ANP informou que analisa a situação, mas não deu detalhes do que pleiteia a empresa.

A Petra é a operadora com maior número de blocos exploratórios na bacia do São Francisco em Minas Gerais (24), que totalizam 70.393 quilômetros quadrados, com 100% de participação em todos eles. As últimas informações fornecidas pela empresa apontavam para 26 poços exploratórios, sendo um total de 21 poços com identificação de gás natural. Um mesmo bloco possui mais de um poço.

A ANP informou que os outros operadores de blocos na região (Orteng, Imetame e Cisco Oil & Gas) estão com as campanhas exploratórias dentro dos prazos legais.

Em 27 de agosto de 2010, o consórcio Cebasf, liderado pela Orteng e com participação do governo de Minas Gerais e das empresas Delp Engenharia e Imetame, anunciou a descoberta de gás natural no município de Morada Nova de Minas, a 280 quilômetros de Belo Horizonte.

Na apresentação dos planos do consórcio para o setor realizada pelo governo estadual da época, as jazidas de gás natural na bacia do São Francisco foram anunciadas como “meia Bolívia”, em referência ao vizinho grande produtor de gás.

O consórcio permanece na área realizando sondagens e perfurações, mas, apesar da euforia inicial, ainda não declarou a viabilidade comercial da jazida. na última segunda-feira (2) a reportagem não conseguiu contato com os diretores da Orteng.
 

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