Investimento em renda fixa é opção para driblar a volatilidade da crise

Raul Mariano - Hoje em Dia
22/04/2015 às 07:22.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:43
 (Arte HD)

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Se o momento de baixo crescimento econômico e instabilidade política pode desestimular grandes investidores a apostarem em novos negócios no Brasil, ele também pode trazer boas oportunidades para os pequenos aplicadores que buscam turbinar seus rendimentos.

Em um cenário de crise, especialistas em finanças explicam que investimentos em renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou o Tesouro Direto podem ser oportunidades seguras e de boa liquidez.

A rentabilidade dessas aplicações acompanha a taxa Selic, atualmente no patamar mais alto dos últimos seis anos, em 12,75%. Como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) baliza as transações entre instituições financeiras seguindo a taxa de básica de juros, a alta da Selic eleva também os rendimentos desses investimentos.

Na prática, é como se o investidor emprestasse dinheiro para um banco, uma empresa ou o governo em troca de uma determinada taxa de juros. O emissor dos títulos por sua vez empresta novamente o dinheiro ou faz aplicações no mercado financeiro visando receber uma remuneração.

No entanto, como todo tipo de investimento, as aplicações em renda fixa também possuem custos que devem ser avaliados com cautela para que o investidor não perca dinheiro com as operações. A incidência de taxas de administração ou do Imposto de Renda e a própria inflação do período podem corroer a rentabilidade do investimento.

Na ponta do lápis

O consultor financeiro Lucas Hadd explica que é importante considerar as deduções que as instituições financeiras colocam sobre cada opção. Apesar do percentual variar de banco para banco, as taxas de cada categoria seguem uma média de mercado. “As taxas para fundos de renda fixa devem ficar, em média, abaixo de 1,5%. Lembrando que quanto maior o valor investido, maior a capacidade de negociar taxas menores”, destaca. Dar um prazo maior para o resgate dos investimentos também pode fazer diferença no resultado final. Quem faz aplicações no Tesouro Direto, que é a modalidade de investimento mais conservadora e segura do mercado, pode ter perda financeira se retirar os valores em um prazo muito curto.

Quanto mais tempo o valor ficar investido, menor a alíquota a ser paga. As taxas podem ir de 22,5% para aplicações de até 180 dias a 15% para aplicações que superem 720 dias.

Diversificação

Outra dica de especialistas para quem pretende investir em um cenário de crise é diversificar. Como cada tipo de investimento oferece benefícios e riscos diferentes, a diversidade pode fazer com que o ganho total no médio e longo prazo sejam maiores, conforme explica o gestor da DLM Invista, Marcelo Domingos.

“É importante considerar que o ganho é diretamente proporcional ao risco. Comparados com a poupança, os títulos de renda fixa têm rendimento melhor, por exemplo. No entanto, esses ativos tendem a manter o poder de renda do investidor do que aumentá-lo. Mas se você combina com isso bons fundos de multimercado, por exemplo, o retorno tende a ser bem maior”, avalia.

Para Domingos, o contexto de apreciação do dólar e dos juros torna difícil avaliar de forma genérica as melhores oportunidades de investimento.

Ele afirma que, em meio a tantas possibilidades, o investidor deve se informar ao máximo sobre as especificidades do produto que está comprando dos bancos.

“Toda crise revela oportunidades. Como estamos tendo grande volatilidade, há oportunidades em todas as classes de ativos”, aponta.

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