JBS bancou campanha de 1829 candidatos

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
20/05/2017 às 11:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:38

A propina paga pela JBS no país foi generalizada. Além das denúncias envolvendo o presidente Temer, o senador afastado Aécio Neves, os petistas Lula e Dilma, o tucano José Serra, bem como deputados e assessores, recursos teriam bancado a campanhas de 1.829 candidatos de 28 partidos.

O diretor da JBS Ricardo Saud, em delação ao Ministério Público Federal (MPF) informou que o grupo chegou a desembolsar R$ 600 milhões para bancar esses candidatos.

Segundo divulgou ontem o jornal “O Globo”, Saud informou que a JBS conseguiu eleger 179 deputados federais de 19 siglas, bancou 28 senadores da República e fez 16 governadores. 

Na delação, ele alerta um procurador que praticamente “tudo é propina”, exceto R$ 15 milhões. A lista com os cargos, valores e partidos foram entregues ao MPF. 

Ainda de acordo com “O Globo”, quando Saud estava terminando o depoimento, pediu a palavra para registrar que desse montante, tirando R$ 10 milhões a R$ 15 milhões, o resto tudo era propina. “Tudo tem ato de ofício, tudo tem promessa, tudo tem alguma coisa. Então eu gostaria de deixar registrado que nós demos propina para 28 partidos".

Saud informou que houve propina também para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB, três do PT, dois do PSB, um do PP e um do PSB. “Foi um estudo que eu fiz por conta minha (...) Acho que no futuro vai servir”.

Temer

Ricardo Saud informou também ao MPF que Temer recebeu R$ 15 milhões da JBS distribuir aliados em 2014, ano da corrida eleitoral, segundo “O Globo”. Ele relatou também que o presidente “roubou” R$ 1 milhão pra ele próprio.

O empresário Joesley Batista, da JBS, disse à Procuradoria-Geral da República (PGR) que seu grupo empresarial pagou propina a políticos e servidores públicos. A lista, segundo ele, inclui senadores, deputados e presidentes da República.

O delator contou que o levantamento dos valores foi feito por meio de uma investigação interna em seu grupo empresarial, que ele próprio determinou, antevendo que seria chamado a dar explicações ao Ministério Público Federal (MPF). 

JBS é alvo de ao menos cinco operações policiais que avaliam fraudes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e corrupção.

O empresário contou que seu grupo empresarial está envolvido em crimes há “10, 15 anos”. O montante de doações legais a políticos, segundo ele estimou, é bem menor que o que foi o distribuído “por fora".

José Serra teria recebido R$6,4 milhões de caixa 2

O empresário Joesley Batista confessou, em delação premiada, ter pago R$ 6,4 milhões por meio de caixa dois à campanha do senador José Serra à Presidência da República – o tucano foi candidato ao Planalto em 2002 e em 2010.

Segundo a delação, outros R$ 13 milhões foram doados oficialmente ao tucano. De acordo com Joesley, o senador pediu R$ 20 milhões ao Grupo JBS. “R$ 6 milhões através de notas frias para a empresa LRC Eventos e Promoções, com a falsa venda de um camarote no Autódromo de Interlagos, em São Paulo; R$ 420 mil para a empresa APPM Analista e Pesquisa, também em notas frias”, diz o anexo da delação do dono do grupo JBS.

O delator explica que outros R$ 13 milhões foram doados oficialmente, conforme indicação do candidato. Joesley afirmou que o ‘sr. Furquim’ ficou responsável pela operacionalização dos pagamentos – Luiz Fernando Furquim morreu em 2009 e foi responsável pelas contas de campanha do senador tucano.

Em nota, a assessoria de imprensa de José Serra afirmou: “As contas de todas as campanhas de José Serra foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. José Serra jamais recebeu qualquer tipo de vantagens indevidas das empresas de Joesley Batista. E mais que isso, nunca tomou medidas que tenham favorecido a Joesley ou a seu grupo empresarial em nenhum dos diversos cargos que ocupou em sua longa carreira pública. O senador está confiante que a investigação irá comprovar a lisura de sua conduta”.

*Com agências

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