Kwid elétrico chega para ser o popular movido a pilha

Marcelo Jabulas
@mjabulas
16/10/2020 às 08:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:48
 (Dacia/Divulgação)

(Dacia/Divulgação)

Enquanto muitas marcas apostam em modelos elétricos de luxo ou em compactos premium, a Dacia (marca do Grupo Renault) resolveu atacar pelo lado oposto. Ela acaba de revelar o Spring, versão romena do chinês City K-ZE, que foi uma das atrações do Renault eWays, que aponta as tendências de eletrificação da marca.

Em outras palavras, os dois são a versão elétrica do Kwid. Mas o grande barato do Spring é que ele chega com a promessa de ser o elétrico mais barato da Europa. Suas vendas estão programadas para 2021. 

Segundo a imprensa britânica, os valores devem ficar abaixo das 20 mil libras (R$ 144.500) cobradas pelo Seat Mii. O primo espanhol do VW Up, que é um dos elétricos mais acessíveis do Velho Mundo.

Ainda seguindo as faixa de preços do Reino Unido, o Renault Zoe (que no Brasil custa R$ 203 mil), lá é vendido por 27 mil libras (R$ 195 mil). Assim o Spring promete ser a opção que irá popularizar de vez os elétricos por lá.

Motor

Mas o preço agressivo exige renúncias. O Dacia Spring é equipado com motor de apenas 44 cv (o Fusca 1.3 tinha 46 cv). Por outro lado, seu torque é de 12,5 mkgf.

Valor superior ao que é oferecido por um motor 1.0 três cilindros atualmente, que gira em torno de 10 e 11 mkgf. Sem contar a vantagem de o torque ser pleno. Ou seja, está sempre disponível e não é preciso girar o motor até as alturas para força aparecer.

Suas baterias de íon de lítio de 26.8 kWh entregam até 295 quilômetros de autonomia, no padrão WLTP City. Para esticar ao máximo a quilometragem com uma carga de bateria, a velocidade máxima é de apenas 125 km/h. No modo econômico, a máxima cai para 99 km/h.

O carrinho pode ser carregado em diversas fontes. Desde tomada doméstica, como Wallbox e postos de carregamento rápido. O tempo de recarga pode variar de uma a 14 horas, dependendo da fonte.

Brasil

No Brasil ainda não nenhuma informação sobre uma possível vinda do Kwid elétrico. Mas fato é que o preço é um impeditivo para sua chegada. Hoje o Zoe custa mais de R$ 200 mil, assim como o primo Nissan Leaf, Chevrolet Bolt EV e BMW i3. A opção mais barata do mercado é o JAC iEV20, oferecido a R$ 140 mil. Valor com que dificilmente a Renault conseguiria ser mais ofensiva.

Daí, seria muito difícil fazer volume com um carro compacto e tão caro. O iEV20, por exemplo, teve apenas 22 unidades licenciadas, de janeiro a agosto, segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).

Na Europa, Estados Unidos e China, elétricos são uma realidade e têm demanda de mercado. Por aqui, além do preço há fatores como falta de infraestrutura de recarga, o que limita o raio de circulação desses carros. Dessa forma, é muito difícil que Zoe ganhe companhia por aqui, num futuro próximo.

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