Lacerda tenta garantir recursos do fundo eleitoral

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
07/08/2018 às 20:52.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:49
 (FLÁVIO TAVARES)

(FLÁVIO TAVARES)

Mesmo com a queda de braço que trava com o diretório nacional do PSB, que tenta vetar sua candidatura ao governo de Minas Gerais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda espera contar com os recursos do fundo eleitoral para viabilizar a corrida ao Palácio da Liberdade. 

Segundo a divisão feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que teve como base a representatividade de cada partido no Congresso Nacional, o PSB tem direito a receber mais de R$ 118 milhões do fundo, repassados aos diretórios de cada estado.

Entretanto, a liberação da verba para a campanha de Lacerda ainda é incerta, já que a direção nacional do partido exige que o empresário abra mão da candidatura em prol da reeleição de Fernando Pimentel (PT), em um acordo selado por lideranças nacionais das legendas. 

Mesmo após a decisão do diretório nacional, o grupo ligado a Lacerda aprovou a indicação dele ao governo, em convenção estadual, no último sábado. Um dia depois, porém, a direção nacional anulou a deliberação do partido em Minas. 

Apesar da insegurança jurídica em torno da candidatura, o ex-prefeito de Belo Horizonte conseguiu o apoio do MDB, PDT, PV, PRB, PROS e Podemos para o pleito de outubro.

Em relação a uma possível retaliação do diretório nacional à campanha em Minas, a assessoria de imprensa de Lacerda afirma que não tem esse temor, já que não há nenhum indício, nem informação oficial de que não haverá o repasse desses recursos para a corrida ao governo. A assessoria ainda afirma que, paralelamente às verbas do fundo partidário, Marcio angaria recursos através de doações e vaquinhas virtuais regulamentadas pela legislação. 

O staff de Marcio assegura que enquanto a decisão da Justiça se mantiver favorável à indicação do empresário ao cargo, ele fará campanha normalmente. 

Candidatura em xeque 
Apesar da confiança em se manter na disputa ao governo de Minas, Marcio Lacerda continua sofrendo forte oposição dentro do partido. 

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, emitiu ontem uma nota de esclarecimento em que reafirma o nome de René Vilela como líder da legenda em Minas e descarta, novamente, a candidatura de Lacerda ao Palácio da Liberdade. 

“A atual direção partidária em Minas Gerais é presidida por René Vilela, e é de minha inteira confiança. O ex-prefeito Marcio Lacerda não será candidato a governador porque a convenção nacional do partido decidiu apoiar a coligação com o PT, tanto para a disputa majoritária como para a proporcional”. 
Lacerda tenta garantir recursos do fundo eleitoral

MDB pode assumir cabeça de chapa, se pessebista perder recurso

Principal aliado de Marcio Lacerda (PSB) na campanha ao governo de Minas Gerais, o MDB se mobiliza para encontrar alternativas caso a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte seja inviabilizada. 

Se Lacerda não puder concorrer ao cargo, os emedebistas, atualmente representados por Adalclever Lopes, indicado a vice de Marcio, podem encabeçar a chapa. 

Presidente da Comissão Provisória do MDB em Minas, o deputado federal Saraiva Felipe admitiu a hipótese de o partido assumir o protagonismo da coligação. 
“Existe essa possibilidade (de encabeçar a chapa). Vamos fazer uma pesquisa qualitativa para ver qual o melhor perfil para o candidato da terceira via em Minas Gerais”, afirma. 

Entretanto, apesar de o nome de Adalclever aparecer como substituto natural de Lacerda em caso de impedimento na candidatura, Saraiva evitou cravar a indicação do atual presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao posto. “Pode até ser o Adalclever, é uma opção, mas não necessariamente quer dizer que vá ser ele”, completa.

Coligações
Em relação à composição da chapa para a bancada federal, Saraiva revelou que a aliança contempla MDB, PSB, PRB, PDT e PV. Já na chapa proporcional para a Assembleia Legislativa estão coligados MDB, PSB, PDT, PV e Podemos. 

O único candidato ao Senado indicado pela coligação é o deputado federal Jaime Martins (PROS), que desistiu de concorrer o governo para integrar a chapa. O primeiro suplente vai ser Daniel Nepomuceno e o segundo suplente será Sirlei Soares Soalheiro.
 

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