Após a onda de fechamento de lojas, a crise econômica pode interromper o funcionamento do comércio nos centros de compras aos domingos.
Empresários procuraram o Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) para solicitar que as lojas não sejam abertas no primeiro dia da semana. A alegação é a de que os encargos trabalhistas e tributários trazem prejuízo. As vendas despencaram e, aos domingos, não cobrem os custos.
Segundo o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato, não é de hoje que as empresas do comércio vêm pleiteando a interrupção do funcionamento das lojas aos domingos, uma vez que o retorno financeiro tem sido insuficiente para arcar com os gastos.
Além disso, as empresas sofrem para cumprir com as escalas de trabalho e folgas compensatórias. “Estamos tentando costurar um acordo com os superintendentes dos shoppings. Com diálogo, esperamos chegar a um consenso e ver o que os malls podem fazer para que os lojistas possam abrir, mas sem ficar no vermelho”, afirma.
De acordo com o presidente da Associação dos Lojistas de Shoppings Centers de Minas Gerais (AloShopping), Alexandre Dolabella França, 75% das lojas são pequenas, as chamadas satélites, e possuem no máximo 10 funcionários. “São justamente essas as que mais sofrem. O funcionamento (aos domingos) ficou inviável”, diz. Ele afirma que um lojista precisa vender R$ 3.500 em um domingo para que consiga cobrir os custos.
Piora
França diz que a situação do varejo, que já era ruim em 2015, piorou neste ano. “Os pequenos empresários não estão suportando os gastos e a conta não fecha. O resultado será quebradeira”, adverte.
Ainda de acordo com ele, os consumidores não ficarão prejudicados, pois serviços como supermercados, farmácias, praça de alimentação e cinemas continuarão funcionando.
“Cerca de 50% das vendas aos domingos acontecem por impulso. Mas essas compras esporádicas dos clientes que vão aos shoppings à procura de lazer podem ser feitas em outros dias”, afirma.
Em nota, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) disse que a interrupção das atividades no domingo acarretaria prejuízos para o desenvolvimento do comércio. Já o porta-voz do Sindicato dos Empregados no Comércio de BH estava viajando.