Lojistas de BH aderem à 'Semana do Brasil' para tentar aquecer vendas

Paulo Henrique Lobato
03/09/2019 às 19:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:24
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Inspirada numa típica estratégia dos Estados Unidos, onde o comércio festeja o Dia da Independência (4 de julho) com promoções para alavancar vendas, comerciantes de Minas Gerais e de outros Estados vão aderir à primeira edição da Semana do Brasil, de 6 a 15 de setembro, com lojas oferecendo descontos de até dois dígitos em produtos e serviços.

Na prática, será uma “Black Firday antecipada”, mas com dez dias de duração, e não se limitará a artigos com características focadas no 7 de Setembro (Dia da Independência do Brasil). A Chen, por exemplo, vai negociar perfumes com preços até 50% menores que os de tabela.

Vale lembrar que a Semana do Brasil coincide com o início da possibilidade do saque de até R$ 500 das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que começa em 13 de setembro para quem é correntista na Caixa Econômica Federa (CEF).

Especialistas recomendam aos cotistas do Fundo que deem preferência à quitação de dívidas, em caso de saque, mas lojistas estão otimistas que ao menos parte dos trabalhadores resgate o benefício para ir, literalmente, às compras.

A ideia da Semana do Brasil partiu do governo federal, e até por isso tem como uma das características valorizar o civismo da população. No entanto, a proposta foi abraçada por entidades de classe, como a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) e a Fecomércio-MG.

Mas alguns lojistas pedem que o governo, na próxima edição, não leve em conta apenas o lado patriótico. Defendem, por exemplo, a redução da carga tributária.

“Será a primeira a campanha e chegou um pouco em cima da hora. Tivemos pouco tempo para negociar (preços) com fornecedores. A expectativa seria melhor se tivéssemos mais tempo, mas é uma iniciativa louvável. E valoriza a questão patriótica. A partir do ano que vem, conseguiremos uma programação melhor. Mas gostaríamos de ter um apoio maior d o governo. Nosso imposto, por exemplo, continua alto”, disse Flávio Figueiredo, diretor operacional da loja Chen.

A empresa é uma das 300 lojas ou redes que aderiram à Semana do Brasil. O balanço de marcas que vão participar em Minas Gerais e na capital do Estado ainda não foi divulgado pelas entidades. 

Lacuna

Para muitos lojistas, a estratégia é uma oportunidade de renovar estoque, fazer capital de giro e preencher uma lacuna no calendário do varejo brasileiro: setembro era o único mês, até então, sem uma data apelativa para setor.

“As lojas vão oferecer produtos e serviços com desconto, buscando aumentar as vendas e renovar seus estoques. Os consumidores terão uma oportunidade de comprar produtos que estão precisando e presentes para as datas festivas que vêm pela frente. A Semana do Brasil é uma oportunidade para os lojistas e os consumidores de Belo Horizonte”, disse o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

O economista-chefe da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, também está otimista com a novidade: “A iniciativa tende a estimular o comércio em um período que, normalmente, o consumo diminui em vários segmentos de mercado”.

Como participar

A empresa que desejar participar da Semana do Brasil deverá acessar o site www.brasil.gov.br/semanadobrasil e preencher um formulário.

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