Mário de Figueiredo afirma que leilão é um bom negócio para quem realiza e para quem compra

Maria Helena Dias - Especial para Força do Campo
27/05/2015 às 07:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:13
 (Divulgação)

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O mercado de leilões rurais está vivendo uma boa fase em Minas Gerais. Sejam eles de gado ou de equinos, das mais diversas raças, eles acontecem praticamente todos os finais de semana. Entre as raças que se destacam, a do cavalo mangalarga marchador vem ganhando grande exposição e despertado interesses nos últimos oito anos.   Com uma média de dez leilões de equinos da raça por mês no Estado e uma arrecadação média de R$ 40 mil por leilão, com 75% de liquidez, o leiloeiro Mário de Figueiredo Santos Filho, da Três Barras, afirma que os leilões ainda são um bom negócio para quem os realiza e para quem compra animais. Há 33 anos nesse mercado, o mineiro de São Sebastião do Paraíso garante que vender animais é leilões é sempre mais fácil.   Há quanto tempo você está neste mercado de leilões?   Eu cresci no meio de animais. Meu pai era criador de cavalos e tenho dois irmãos veterinários. Eu optei por ser engenheiro metalúrgico. No entanto, em 1982, deixei tudo e entrei para o mercado de leilões.   Quantos leilões são realizados anualmente pela empresa?   Já chegamos a realizar, em um mesmo ano, 48 leilões de várias raças. Mas a nossa média é de 30 leilões por ano, com a venda de cerca de 750 animais.   Qual a expectativa para o número de leilões neste ano?   A expectativa não é boa, pois estamos registrando queda nos preços dos animais devido à situação crítica do país e diminuição de liquidez. A classe média está muito apreensiva com a situação. A quantidade de leilões não caiu, estamos cumprindo a agenda, mas a tendência é de queda.   Quais as raças mais leiloadas?   As raças que mais entram em leilão são equinos mangalarga marchador, campolina e jumentos pega. Noventa por cento dos leilões que realizamos são de equinos campolina e mangalarga.   Quais as raças mais valorizadas?   Em volume de vendas e média de preços, a raça mais expressiva é a mangalarga marchador. Com a ascensão, a classe média passou a investir em cavalos. Os coloca em hotéis na área rural e se diverte nos fins de semana.   Qual o leilão realizado por você que bateu recorde em valores de animais?   O 1º Leilão Catuni foi o melhor que fizemos, mas isso na década de 80. Na ocasião, foi quebrado o primeiro recorde de preço de uma fêmea da raça mangalarga marchador – US$ 180 mil –, valor que até hoje não foi batido.   Já houve algum lance em leilão que o deixou surpreso?   Sim, mas não nos leilões que organizamos. Considero uma novilha nelore ser vendida por R$ 5 milhões, como sei que ocorreu esse ano na Expozebu, um grande exagero.   Os leilões virtuais e on-line diminuíram a importância dos leilões presenciais?   Os leilões presenciais existem mais como uma festa de raça, de criatório, de grupos. Já se tem uma confiabilidade muito grande nestes leilões virtuais em termos de qualidade. Não se coloca mais animais-problema nesses leilões porque o vendedor já sabe que ele vai se queimar no mercado e que, sem dúvida, vai receber o animal de volta.   Têm surgido novos investidores para impulsionar esse mercado?   Neste mercado de animais de elite, seja equino ou bovino, sempre tem gente nova. Além disso, tem o lado da vaidade, que é muito forte.   Quais são as dificuldades encontradas para se realizar um leilão?   A grande dificuldade é, principalmente, a elevação de custos contra a estagnação e/ou queda nos preços.   Quais os cuidados para quem compra um animal em leilão?   A orientação aos interessados em adquirir animais ou ingressar na criação de uma raça é pesquisar muito antes de investir, visitar, buscar todas as informações possíveis, se assessorar com quem entende. Caso contrário, o prejuízo pode ser grande e irreversível.

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