Mãe de americano supostamente morto por radicais pede liberdade a reféns

AFP
20/08/2014 às 09:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:52
 (Aris Messinis/)

(Aris Messinis/)

A mãe do jornalista americano James Foley pediu nesta quarta-feira (20) a libertação dos reféns das mãos dos radicais na Síria, depois que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou na terça (19) um vídeo no qual supostamente Foley é decapitado.

"Nunca estivemos mais orgulhosos de nosso filho Jim. Deu sua vida tentando mostrar ao mundo o sofrimento do povo sírio. Imploramos aos sequestradores que perdoem a vida do resto de reféns. Como Jim, são inocentes e não têm controle sobre a política do governo americano no Iraque, na Síria, nem em nenhum lugar do mundo", escreveu Diane Foley no Facebook.

Foley foi sequestrado na Síria em novembro de 2012. "Agradecemos a Jim por toda a alegria que nos deu. Foi um extraordinário filho, irmão, jornalista e pessoa. Por favor, respeitem nossa privacidade nos dias de luto em sua honra", continuou a mãe do jornalista em uma breve nota publicada na página que a
 família criou para pedir a libertação do jornalista.

Philip Balboni, presidente do "GlobalPost", onde Foley trabalhava quando foi capturado na Líbia em 2011 junto do fotógrafo espanhol Manu Brabo e da jornalista americana Clare Gillis, agradeceu as mensagens de apoio e pediu "orações por Jim e sua família".

Ameaça global

O ministro das Relações Exteriores do Iraque Hoshiyar Zebari pediu nesta quarta que o mundo apoie seu país na luta contra o EI. Zebari disse que o EI é uma ameaça para o mundo e não só para as minorias étnicas do Iraque, cujos membros foram mortos durante a ofensiva dos radicais no norte do país.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos estados Unidos, Caitlin Hayden, disse que os serviços de inteligência trabalham para verificar a autenticidade do vídeo.

"Se for verdadeiro, estamos horrorizados pelo brutal assassinato de um jornalista americano inocente, e expressamos nossas profundas condolências à sua família e aos seus amigos", afirmou a porta-voz.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, vai interromper suas férias e voltar a Londres para comentar sobre o vídeo. "Ele vai se reunir com o ministro das Relações Exteriores e altos funcionários do Ministério do Interior, Ministério das Relações Exteriores e das agências para discutir a situação no Iraque e na Síria e a ameaça representada por terroristas do EI", diz um comunicado do gabinete.

O secretário das Relações Exteriores, Philip Hammond, disse antes que estava trabalhando com os EUA para identificar o homem que aparece no vídeo segurando uma faca e que parece ter um sotaque britânico.

Hammond disse que não ficou surpreso ao ouvir o sotaque britânico, já que um grande número de cidadãos britânicos foram lutar no Iraque e na Síria, onde o EI declarou um califado (Estado com leis islâmicas) nas áreas que controla.

Reforço

A Alemanha está disposta a enviar armas para as forças de segurança curdas no norte do Iraque que também lutam contra o EI, segundo os ministros das Relações Exteriores e da Defesa disseram nesta quarta.

Equipamentos militares como capacetes e coletes de segurança seriam enviados imediatamente, disse o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, acrescentando que a Alemanha também enviará armas.

Steinmeier lembrou que, na Europa, França, Itália e Reino Unido já tomaram medida semelhante. Os EUA também colaboram com armas para os curdos e os iraquianos.

Vídeo

No vídeo, Foley se despede de sua família e acusa o governo dos Estados Unidos de ser o culpado de sua execução por causa da recente intervenção no Iraque -uma fala que pode ter sido determinada pelos sequestradores.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou no último dia 7 de agosto que os EUA iriam realizar ataques aéreos contra o EI no Iraque, para conter seu avanço e evitar o genocídio das minorias étnicas iraquianas.

No vídeo, outro jornalista americano sequestrado -provavelmente trata-se de Steven Sotloff- é ameaçado. Sotloff foi sequestrado na fronteira entre a Síria e a Turquia em 2013.

O Comitê para Proteção de Jornalistas estima que há 20 jornalistas desaparecidos na Síria, a maioria sequestrada pelo EI.

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