Mais de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçadas e crianças ainda passam fome

Hoje em Dia
13/09/2013 às 07:04.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:21

Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta semana, calcula que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente no mundo.

Alimentos que utilizam grande volume de água e respondem pela emissão de 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera da Terra. Assim, não parece exagerado quando o relatório estima em US$ 750 bilhões por ano o custo dos alimentos jogados fora.

O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, alerta que não se pode permitir a perda, devido a práticas inadequadas, de um terço de todos os alimentos produzidos num mundo em que 870 milhões de pessoas passam fome todo dia. É preciso fazer mudanças ao longo de toda a cadeia alimentar humana, para que não haja desperdício.

Os restaurantes não podem fugir dessa responsabilidade. Eles têm a obrigação de selecionar bem os alimentos que vão armazenar e processar em suas cozinhas, para ofertar aos fregueses uma alimentação de boa qualidade. E não uma refeição que, em vez de alimentar, provoca doenças.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes calcula que existam aproximadamente 12 mil dessas casas comerciais em Belo Horizonte. E que o setor de bares e restaurantes representa mais de 40% do PIB do turismo da capital, além de empregar metade dos trabalhadores nesse segmento. Não se pode desprezar, portanto, o impacto de uma pesquisa como a divulgada ontem, feita pela associação de defesa do consumidor Proteste.

Pode-se alegar que a amostragem é pequena – foram coletadas apenas 15 amostras de alimentos em restaurantes de shoppings e em barraquinhas de rua –, para concluir que 67% dos alimentos preparados em restaurantes da cidade apresentam falhas na higienização ou sinais de contaminação. No entanto, é um alerta que precisa ser levado a sério, especialmente porque veio acompanhado de dados da Vigilância Sanitária de Belo Horizonte.

Segundo esses dados, de janeiro a agosto deste ano, foram submetidas à análise microbiológica 446 amostras de alimentos prontos para consumo, em restaurantes. Só 274 foram aprovadas. Nessa notícia, é curiosa a informação de que a Vigilância Sanitária começou em agosto a monitorar os restaurantes da rota da Copa do Mundo de 2014, definida pela Belotur, e que a coleta de amostras termina em dezembro. Por que parar? Não é melhor fazer essa monitoração sempre, a cada dia, na cidade inteira?

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