Mais de 64% dos belo-horizontinos não controlam gastos

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
15/07/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:18
 (Divulgação)

(Divulgação)

A falta de planejamento e o descontrole nos gastos do consumidor é, culturalmente, uma pedra no sapato (e no bolso) do brasileiro.

Em tempos de crise econômica, com a inflação corroendo a renda, e o desemprego nas alturas, o descompasso entre o rendimento e as despesas é o principal motivo do atraso nas contas de 64,1% dos belo-horizontinos, segundo a Análise de Endividamento do Consumidor, divulgada ontem pela Fecomércio-MG. Conforme a pesquisa, 11,9% dos moradores da capital têm dívidas vencidas. 

Embora menor do que o registrado em abril (13,2%), o índice de inadimplência é preocupante, afirma o consultor de finanças pessoais Paulo Vieira. Ele explica que o normal é que a inadimplência dos bancos fique na casa dos 4%. “Quando o índice sobe muito, o crédito encarece. E quem precisa pegar dinheiro emprestado acaba pagando por quem não paga em dia”, explica.

Devedores

O endividamento da população de Belo Horizonte está em 62,7%. De acordo com a analista de pesquisa da Fecomércio-MG, Elisa Castro da Mata Ferreira, o indicador é positivo.

“Quando há endividamento, significa que a pessoa pode parcelar a compra de um bem. Foi uma conquista. Para o comércio também é uma garantia de venda. O problema é quando as pessoas não conseguem honrar com o compromisso”, explica.

O principal responsável pelo endividamento foi o cartão de crédito, com 68,8%, seguido pelos cartões de loja, com 17,2%, e pelos empréstimos, com 4,1%.

Com relação às contas em atraso, 32,3% das pessoas estão com débitos atrasados há mais de 90 dias. O mesmo índice diz respeito às pessoas com contas vencidas há menos de 30 dias. 

Leia mais:

Juros altos

A pesquisa aponta que o consumidor parece ter aprendido a trocar dívidas com juros mais altos pelas mais vantajosas.

Mais de 71% dos entrevistados priorizam o cartão de crédito na hora de quitar débitos. Vale lembrar que a taxa de juros do “dinheiro de plástico” é a maior do mercado, com média de 441,8% ao ano.

Em segundo na preferência do pagamento dos consumidores estão os empréstimos bancários e, em terceiro, os cartões de lojas. 

Segundo o consultor financeiro, além de trocar dívidas com juros mais altos, é importante ter cuidado com facilidades. “Se a pessoa não têm cuidado com as facilidades oferecidas pelo cartão de crédito, ela não deve utilizá-lo”, exemplifica. E foi justamente isso que 32,4% das pessoas com dívidas em atraso fez, aponta o levantamento.

Outra dica de Vieira diz respeito ao dinheiro que a pessoa deve guardar para si mesma. “Algumas teorias financeiras apontam que é interessante guardar 10% do rendimento líquido. Mas é importante não deixar o dinheiro parado”, ressalta. Editoria de Arte/Hoje em Dia / N/A

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por