Manifestantes fazem caminhada em BH a favor do impeachment

Giulia Mendes e Bruno Porto - Hoje em Dia
13/12/2015 às 13:03.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:19
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Grupos que pedem a saída de Dilma Rousseff da presidência fizeram caminhada pelo Centro de Belo Horizonte, neste domingo (13). Os manifestantes se reuniram na Praça 7, no Centro da capital mineira. De lá, aproxidamente 200 pessoas seguiram em direção a Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, Região Centro-Sul, onde encontraram outros apoiadores favoráveis ao impeachment.

A Praça da Liberdade é ponto de encontro do protesto, que começou às 13h. Os atos acontecem simultaneamente em cerca de 100 cidades brasileiras. Em Minas, moradores de outros seis municípios organizaram protestos neste domingo.

Manifestação

De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente cinco mil pessoas se concentraram na Praça da Liberdade. Representante do grupo "Mulheres da Inconfidência", Marcela Valente, 32 anos, organizou a caminhada de protesto na capital mineira. "Nós, mulheres, não nos sentimos representadas pela presidente Dilma. Temos vergonha", disse.

Pelo Centro, os manifestantes carregam faixas pedindo o impeachment e levam, também, bonecos infláveis batizados de "Pixuleco" e bandeiras de Minas Gerais e do Brasil.

Questionada sobre a data da manifestação, aniversario de 47 anos do AI5 - Ato Inconstitucional número 5, marco do endurecimento do regime militar, Marcela Valente nega que esse seja o motivo. Segundo ela, o dia 13, e o horário da manifestação (13h) simboliza o número do Partido dos Trabalhadores. "Hoje vamos enterrar o 13, vamos enterrar o PT".

Pixuleco

A administradora de empresas Aline de Almeida, 29 anos, mandou fazer bonecos infláveis do ex presidente Lula e comercializa durante a manifestação por R$ 30. "Faço por minha conta e arrecado os valores para a próxima manifestação. Não importa o tamanho do protesto, todos os atos têm a mesma importância", argumentou ela sobre a expectativa para a manifestação deste domingo em BH.

A adesão pelas redes sociais foi menor do que para as realizadas nos dias 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto.

Intervenção Militar

A psicóloga Betânia Câmara acredita que o impeachment é um instrumento frágil, por isso defende a intervenção das forças as armadas. "No impeachment vamos trocar bandidos por bandidos. Constitucionalmente, os militares têm a obrigação de agir em situações como essa, de lesa pátria e ameaça a soberania nacional"

Já a professora Anaíde Lamendola, 30 anos, defende a saída do PT e do PMDB do Palácio do Planalto. "Precisamos de uma nova política, com viés liberal, a exemplo da Argentina. Partidos como os que estão no poder hoje devem ser cassados. Só assim o país irá crescer. Não do jeito que está o hoje, com o governo interferindo em tudo. Não temos liberdade econômica", ressaltou.

Cassação

Para o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), que participou também das manifestações anteriores ocorridas em BH pela saída da presidente, toda a chapa de Dilma deveria ser cassada. "A saída dela por si só já traria uma calmaria para o país do ponto de vista político e econômico, mas o ideal é a cassação da chapa completa", afirmou.

Segundo ele, não há mais o que discutir, juridicamente, sobre o impeachment. "O governo não se sustenta mais, a saída de Dilma é imprescindível", completou.

"O movimento é espontâneo do povo brasileiro que quer mudança e não vê essa possibilidade com o PT, e tem o apoio do partido. No congresso ainda não temos votos suficientes para aprovar o impeachment, mas trabalhamos para conseguir apoio de deputados descontentes", pontuou o deputado estadual Rodrigo de Castro (PSDB). O deputado federal João Leite também participa do ato deste domingo.

Pró-Dilma

A pedagoga Maria Lúcia Barcelos esteve na manifestação para se manifestar contrária ao impeachment. Para ela, o movimento que pede a derrubada da presidente é elitista. "São pessoas que estão insatisfeitas, mas é uma insatisfação com questões pessoais, não com o coletivo. A manifestação de indignação é legítima, mas escolher presidente é no voto"

Atualizada às 13h50

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