Marcos Valério fecha delação sobre corrupção em estatais mineiras e Cidade Administrativa

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
12/03/2018 às 10:36.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:49
 (FREDERICO HAIKAL 16/11/2013)

(FREDERICO HAIKAL 16/11/2013)

A Polícia Civil de Minas Gerais fechou colaboração premiada com Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do Mensalão. O acordo visa elucidar várias investigações de corrupção em empresas estatais mineiras, como Cemig, Copasa e Codemig, além de licitações públicas, inclusive as relacionadas à Cidade Administrativa, no período de 1998 a 2014,  antes da atual gestão.

O acordo não abrange matérias de interesse da União, das atribuições da Polícia Federal, ou pessoas com foro por prerrogativa de função na Justiça Federal ou nos Tribunais Superiores. As informações que serão prestadas por Marcos Valério devem ser comparadas com elementos já fornecidos por Nilton Antônio Monteiro, delator da "Lista de Furnas" e do "Mensalão Tucano".  

Valério foi condenado a 37 anos e 5 meses de prisão no julgamento do Mensalão do PT e é réu em ação penal do Mensalão tucano.

O objetivo da defesa do ex-publicitário é rever as sentenças,  a partir das informações fornecidas.  Além disso, os advogados querem que Marcos Valério não seja indiciado em futuros inquéritos.

Essa é a segunda tentativa de delação firmada por Marcos Valério. Em julho do ano passado, o empresário assinou o acordo com a Polícia Federal para contribuir na investigação do Mensalão tucano. 

Por se tratar de informações ligadas a políticos com foro privilegiado, o acordo ainda depende de homologação  do Supremo Tribunal Federal (STF), o que deve acontecer nos próximos meses.

Outro lado:

Procurada, a assessoria do PSDB afirmou que empresário Marcos Valério tem feito repetidas tentativas de obter benefícios junto à Justiça para reduzir a pena que ele cumpre pela participação nos desvios praticados no mensalão do PT. "Todas as tentativas já foram negadas pelo Ministério Público e pela Procuradoria Geral da República, após a constatação de que são declarações falsas e sem credibilidade. O PSDB lamenta o uso indevido do Judiciário e de veículos de imprensa para divulgação de falsas e requentadas acusações", afirmou o partido, em nota. 

O ex-governador Antonio Anatasia (2011-2014) informou que irá aguardar o conteúdo da delação, já que, por enquanto, não há o que comentar. Já o ex-governador Alberto Pinto Coelho (01/04/2014 a 01/01/2015) disse que não há o que responder, já que sequer haveria alguma suposta citação referente ao período de abril a dezembro de 2014, quando ele  governou. O ex-governador Aécio Neves (2003-2010) ainda não se manifestou.

A atual gestão do governo estadual informou que todas as  informações sobre o caso serão passadas pela Polícia Civil. A PC ainda não tem data para a divulgação de detalhes da colaboração premiada de Valério. A Codemig informou que não conhece o conteúdo da delação e não há sobre o que se manifestar. Cemig e Copasa ainda não se pronuncinaram.

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