Matéria de capa da britânica The Economist diz que presidência de Bolsonaro seria 'um desastre'

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
20/09/2018 às 16:35.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:33
 (Reprodução )

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A matéria de capa da revista britânica The Economist desta semana tem sido replicada intensamente pelos brasileiros nesta quinta-feira (20). Isso porque o texto apresenta críticas severas ao candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. A revista, historicamente defensora do liberalismo econômico, é categórica em dizer que o Brasil precisa de mudanças, mas Bolsonaro não será o homem que irá realizá-las.

No artigo “Jair Bolsonaro, Latin America’s latest menace” (a mais recente ameaça na América Latina, em tradução livre), a revista afirma que atualmente, no Brasil, a economia é um desastre, as finanças públicas estão pressionadas e a política está completamente podre, mas tudo pode piorar com a eleição do candidato do PSL. "Ele seria um desastre na presidência", sentencia a revista no subtítulo do artigo. 

O texto lembra que Bolsonaro construiu seu discurso se mostrando como um salvador para as pessoas que não querem mais políticos corruptos e traficantes de drogas no comando do país. Diz ainda que o candidato mistura, em suas propostas, conservadorismo social com a economia liberal, tendo o economista liberal Paulo Guedes como o indicado para ser o seu ministro da Fazenda.

Trata ainda dos momentos mais polêmicos e conservadores da trajetória do deputado federal, como a menção ao nome do coronel Brilhante Ulstra (acusado de ter sido um dos maiores torturadores durante a ditadura militar brasileira) ao se posicionar a favor do impeachment de Dilma, em 2016.

Para  The Economist, o atentado contra Bolsonaro no início do mês, em Juiz de Fora, o deixou ainda mais popular, tanto que alcançou a marca de 28% da intenção de votos segundo uma pesquisa – o texto não cita qual. Para a revista, a facada “protegeu-o de um exame mais minucioso pela mídia e seus oponentes”.

Para a revista, há a possibilidade de uma vitória do candidato do PSL caso o oponente no segundo turno seja Fernando Haddad, do PT, pois “muitos eleitores da classe média e alta, que culpam Lula e o PT pelos problemas do Brasil, poderiam carregar Bolsonaro nos braços”.

Análise 

O texto vai além das críticas a Bolsonaro e faz uma análise sobre o caso brasileiro em relação ao crescimento dos populistas em todo o mundo, lembrando da vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, e de Matteo Salvini, na Itália. A revista diz ainda que o populismo de Bolsonaro, caso eleito, poderá ter um caminho ditatorial no estilo do ditador chileno Pinochet.

A postagem da matéria no perfil do Twitter da revista teve mais de 28 mil curtidas e 1.400 comentários, sendo grande parte feita por eleitores de Bolsonaro incomodados com a publicação. 

Brazil is in desperate need of reform, but Jair Bolsonaro would make a disastrous president. Our cover this week https://t.co/3IGmJT3Sbw pic.twitter.com/sNAzaXRH3n— The Economist (@TheEconomist) September 20, 2018

A reportagem entrou em contato com o assessor de imprensa de Jair Bolsonaro, mas ele não atendeu as ligações.

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