McLaren lança 765LT, que se comporta como carro de corridas

Marcelo Jabulas
@mjabulas
10/10/2020 às 08:42.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:46
 (McLaren)

(McLaren)

Nas pistas, não basta apenas ter o melhor motor. É preciso ter a melhor carroceria. E isso quer dizer que ela deve ser leve, resistente à torção e, principalmente, ter aerodinâmica. Em tese, significa que suas formas devem ser capazes de “cortar” o ar com o mínimo de esforço e ao mesmo tempo fazer com que o mesmo ar aplique pressão sobre a carroceria. E quanto maior a área da carroceria, melhor. Por isso que protótipos que correm em Le Mans e monopostos da Fórmula 1 parecem ser achatados nas laterais, justamente para que o ar os mantenha presos ao chão. Isso se traduz em estabilidade e curvas rápidas.

Dito isso, a Mclaren acaba de revelar o 765LT, versão de traseira alongada de seu modelo de série regular mais expressivo, ou apenas Longtail. Ele é o quinto carro da marca a adotar esse tipo de carroceria, que teve início nos anos 1990, com o F1 GTR.

A carroceria longa é um recurso para aumentar o efeito solo dos carros de corrida, o que melhora sua estabilidade e comportamento dinâmico nas curvas. Antes da McLaren, diversas marcas já tinham esticado seus carros como a Porsche com a versão LH (Langheck) do 917, assim como no clássico 935 “Moby Dick”.

Depois do F1 vieram 675LT, 600LT e Speedtail. Agora o 765LT combina a impecável carroceria do 720S, com suas tomadas de ar escondidas nas laterais do cockpit em forma de gota, a seu aerofólio ativo que, quando recolhido, se integra à carroceria, ao balanço traseiro esticado.

Fato é que nos últimos 10 anos a McLaren descobriu como fazer uma farta limonada a partir de um limão. Todos os seus carros derivam do conceito do MP4-12C, de 2011. Este que por sua vez recorre ao conceito de engenharia do F1, com motor central traseiro. No entanto, consegue atingir diferentes faixas de posicionamento no seleto mercado de supercarros. E entre os modelos de série o 765LT é o astro rei.

Usina

Sob o capô, o V8 biturbo 4.0 foi ajustado para 765 cv e 80 mkgf de torque. Números que fazem dele o LT mais agressivo já construído pela marca inglesa. Completa o conjunto a transmissão de dupla embreagem e sete marchas, assim como a tração traseira. Afinal, a McLaren faz carros pensando nas edições para a pista. E nas categorias superiores só vale tração traseira.

“O 765LT é mais rápido, mais leve e mais potente do que qualquer carro anterior com o emblema LT e oferece envolvimento quase telepático do motorista. A conexão através do assento e feedback do volante é incrível, permitindo ao cliente explorar totalmente todos os aspectos do carro. Ele é a própria essência de um LT”, aponta o diretor de Linha de Veículos - Super Series, McLaren Automotive, Andreas Bareis.

O que o senhor Bareis quer dizer é que esse carro tem um comportamento tão absurdo quanto o exótico Senna, que é um carro de corridas travestido de modelo de rua. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 2,7 segundos. Ou seja, é 0,1 segundo mais rápido que o carro que homenagem o tricampeão. E chega a até 330 km/h, apenas 10 km/h a menos que o Senna. Detalhe: o 765LT é 30 quilos mais pesado. E acredite, no mundo dos supercarros qualquer grama conta.

Performance

“Qualquer ‘Longtail’ é um McLaren muito especial, um carro que leva nossos designers e engenheiros a questionar o quanto mais podemos fazer, até onde podemos ir. No 765LT isso resultou em novas tecnologias de fibra de carbono da McLaren, permitindo uma economia de peso vital , a maior potência e torque de todos os tempos em um LT, a aceleração mais rápida e os mais altos níveis de engajamento do motorista”, ressalta o gerente de Programa McLaren 765LT, Filippo D’Adamo.

O 675 LT pesa exatos 1.229 quilos, que lhe rendem uma relação peso potência de 1,6 quilo por cavalo-vapor. Trata-se de peso de carro de competição. Para conseguir tais valores, o Longtail passou por uma dieta rigorosa. Além do monocoque de carbono, ele utiliza assoalho de mesmo material. Até mesmo pinhão da direção foi feito em uma liga de níquel cromo, igual aos dos monopostos da McLaren na Fórmula 1. 

Molas, amortecedores, para-lamas, também foram reprojetados para serem mais leves. E para finalizar a bateria utiliza íon de lítio, que reduziu o peso em três quilos. E se o cliente não estiver satisfeito, pode reduzir ainda mais o peso substituindo algumas peças por similares em fibra de carbono, oferecidas pela divisão McLaren Special Operations (MSO).

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