McLaren Speedtail: O legítimo sucessor do F1

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
01/11/2018 às 21:08.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:34
 (McLaren)

(McLaren)

No início dos anos 1990, a McLaren entrou para o ramo de automóveis de alto desempenho com o lendário F1, que teve pouco mais de cem unidades ao longo de cinco anos. Em 2011 ela retornou ao mercado com o MP4-12C, que tinha desempenho fabuloso, mas estava muito aquém daquele unicórnio desenhado por Gordon Murray. De lá para cá, os britânicos revolveram entrar de vez no mercado de automóveis exóticos, com bólidos como P1 e Senna, mas nada se compara ao Speedtail.

Trata-se de um carro desenvolvido para superar a barreira dos 400 km/h. Todo o projeto foi pensado para reduzir ao máximo a resistência do ar. No lugar de espelhos retrovisores, ele conta com câmeras retráteis que projetam imagens em alta definição em duas telas nas extremidades do painel. Em alta velocidade, elas se recolhem (afinal, não há nada tão rápido vindo atrás), as asas móveis reduzem o arrasto e a suspensão se rebaixa a até 1 cm do solo. 

O desenho é fluido, sem excesso de vincos. Visto de cima, o cockpit forma uma gota, forma mais aerodinâmica que conhecemos. As rodas dianteiras têm desenho fechado, justamente para reduzir ao máximo o arrasto. Em volta delas a Pirelli desenvolveu um modelo exclusivo de pneus da linha P-Zero que calçam apenas no Speedtail, como se ele fosse uma espécie de Cinderela em fibra de carbono.

Equilíbrio pleno
Definido com “Hiper GT”, a máquina acaba de ser revelada e carrega elementos na arquitetura que o colocam como um legítimo sucessor do F1. A posição de dirigir central, com dois bancos estreitos nas laterais, é uma referência ao clássico. 

Algumas alterações na arquitetura convencional de praticamente todos os automóveis precisou ser revista. A transmissão foi posicionada no teto do carro. Mas não há uma alavanca de ponta-cabeça, apenas teclas P, N, R e D, uma vez que não teria como colocar os comandos ao lado do motorista devido aos bancos dos passageiros. Agora não me pergunte onde fica o freio de estacionamento.

A razão disso tudo vai muito além do capricho ou exotismo. Tudo foi pensado para oferecer uma distribuição perfeita de massas. Condutor e motor estão simetricamente posicionados no eixo meridional.

Motor
O motor do Speedtail é híbrido, mas a marca não dá detalhes técnicos. Desde o MP4-12C, vem utilizando uma unidade V8 com capacidade volumétrica entre 3.8 e 4.0 litros. No P1, o conjunto combinava o V8 3.8 com uma unidade elétrica que superava os 900 cv. Para o Speedtail, a marca anuncia 1.053 cv. 

A transmissão também é segredo. Na maioria dos modelos há uma caixa automatizada de dupla embreagem e sete marchas. Mas considerando a velocidade final do bólido, não dá para afirmar que seja a mesma.

A marca também informa que o peso é de 1.430 quilos, o que pode ser considerado bastante leve, graças ao amplo emprego de fibra de carbono, com direito a defletores que levam nada menos que mil folhas do material na composição.

O resultado é um carro capaz de atingir a máxima de 403 km/h. A aceleração de 0 a 100 km/h não foi revelada, mas a McLaren se infla para dizer que ele sai da imobilidade e atinge os 300 km/h em apenas 12,8 segundos. Gostou? São apenas 106 unidades, ao preço de 1,75 milhão de libras (R$ 8,3 milhões), sem impostos.

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