Megaempreendimento: Lagoa Santa ganhará complexo turístico, gastronômico e cultural

Paulo Henrique Lobato
04/09/2019 às 20:56.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:25
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

 Chama-se Mercadão Internacional a aposta para mexer com a economia da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com inauguração prevista para dezembro, em Lagoa Santa, será um complexo turístico, gastronômico, cultural e aberto a feiras agropecuárias, exposições e outros eventos.

O empreendimento terá praça de alimentação, 320 boxes de diferentes tamanhos e estacionamento para 2,5 mil veículos. Ao todo, irá ocupar uma área de 40 mil metros quadrados vizinha ao Parque de Material Aeronáutico da cidade, tendo uma das entradas próxima ao pequeno avião exposto na área militar e um dos símbolos do município.

O Mercadão Internacional está sendo erguido a cinco quilômetros do Aeroporto Internacional de Confins, considerado um parceiro de primeira hora para o negócio emplacar.

 Mercadão Internacional/Divulgação

 Idealizadores, que não divulgaram valor do investimento, querem atrair público que utiliza Confins

 Os investidores apostam no público do terminal de Confins, oficialmente batizado de Tancredo Neves. Quem explica como virá uma parte destes frequentadores é Jader Khalid, um dos idealizadores e financiadores do empreendimento: “As empresas de receptivos (de turistas) estão chegando até nós. Haverá transfer tanto para o aeroporto quanto para os hotéis da região”.

A busca dos receptivos por parceria com o Mercadão foca no viajante que atualmente desce em Confins e gasta parte do dinheiro em Belo Horizonte. Mas o trânsito caótico para chegar a pontos turísticos e gastronômicos na capital, sobretudo no horário de pico, podem jogar a favor do Mercadão. 

“Não há facilidade para (os receptivos ou carros alugados) estacionarem, por exemplo, na Região Central de Belo Horizonte, nas proximidades do Mercado Central”, acrescentou Khalid, destacando que o público vindo do aeroporto poderá acompanhar os horários de pousos e decolagens por meio de painéis que serão instalados no Mercadão, a exemplo dos que existem nos corredores e saguões do terminal aéreo.

Também pesa a favor do empreendimento o projeto da BH Aiport, concessionária do aeroporto, de construir uma “rodoviária” num dos estacionamentos do terminal. A proposta de unir o modal aéreo ao terrestre será colocada em prática em dezembro deste ano, tendo uma linha de ônibus para Ouro Preto como a piloto.

O início da obra da rodoviária ainda não foi divulgado pela concessionária, mas lá chegarão ônibus de cidades como Ouro Preto, Divinópolis, Governador Valadares, entre outras cidades em estudo. Enquanto esperam pela viagem de avião, o Mercadão poderá ser opção para estes passageiros.

De olho também nos moradores da região, loteada de condomínios fechados, o Mercadão não quer que os comerciantes negociem mercadorias e serviços a preços exorbitantes.

Da mesma forma, não planeja cobrar deles aluguéis caros. O empreendimento terá 320 boxes, dos quais 250 serão entregues aos lojistas em outubro. 

O preço mínimo do aluguel é R$ 650. O valor médio dos espaços já locados é R$ 1,5 mil.

“Dentro do novo panorama de liberdade econômica do Brasil, nossa ideia é potencializar as mercadorias de qualidade e preço justo, gerando visibilidade mundial aos produtores locais. O nosso contrato com o lojista é de uma folha só. E não temos fiador”, diz o idealizador do projeto.

Procurada, a Prefeitura de Lagoa Santa não retornou ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

 Mercadão deve gerar mil empregos diretos no primeiro ano

O Mercadão Internacional prevê a abertura de mil empregos diretos no primeiro ano de funcionamento. Para muita gente, pode soar como um número baixo se comparado ao exército de desempregados no país, mas o total estimado é mais do que o dobro do saldo de vagas geradas na cidade da Grande Belo Horizonte no acumulado de 12 meses.

De agosto de 2018 a julho de 2019, o saldo de empregos em Lagoa Santa foi de442 vagas, conforme o último balanço divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. 

O saldo de 442 vagas criadas no período é a diferença entre as 5.098 abertas e as 4.656 fechadas.

Estamos apostando na retomada da economia doméstica, até porque o poder público não é mais gerador de emprego. O empresário tem de gerar emprego”, disse Jader Khalid, idealizador do Mercadão Internacional.

Na prática, parte destes empregos deverão ser preenchidos pelos próprios donos dos boxes alugados por meio da figura do Microempreendedor Individual (MEI), criada há 10 anos pelo governo federal com a missão de estimular quem ganha a vida na informalidade a migrar para o mercado formal, gerando imposto e, em contrapartida, tendo direito a benefícios, como auxílio-doença.

Outras dezenas de vagas serão abertas pelas empresas de gastronomia que vão funcionar no local.

A elas, o Mercadão reservou um espaço que será um dos diferenciais do local: cada uma terá um deck, numa espécie de varanda grande, voltada para a área externa.

“Mineiro não gosta de praça de alimentação fechada. Tem fobia. Já fechamos com cinco restaurantes. Cada um terá uma varanda customizada”, acrescentou Khalid.
A expectativa é a de que a área para entretenimento também gere um número otimista de empregos. Entre os atrativos, uma mini-estação férrea com a réplica de uma locomotiva antiga. A cereja do bolo, contudo, será a sucata de um Boeing que pertenceu à extinta Vasp. Dentro da fuselagem, um simulador de voo promete atrair muitos consumidores ávidos por “voar em segurança”.

  

  

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