Mercado de usados registra melhora, mas exige criatividade dos empresários

Marcelo Jabulas
@mjabulas
11/06/2020 às 23:17.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:45
 (Maíra Santana/Divulgação)

(Maíra Santana/Divulgação)

O varejo de carros usados vem sofrendo os mesmos impactos do mercado de automóveis novos, devido à pandemia do coronavírus Covid-19. De acordo com o boletim da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em maio foram negociadas 318.150 unidades. Trata-se de mais que o dobro do que foi vendido em abril, mas comparado com maio de 2019, o desempenho corresponde a apenas um terço do volume habitual do setor.

Na lista de mais vendidos, o Volkswagen Gol segue no topo da lista. Em maio foram 29.302 unidades do veterano, considerando todas a gerações, assim como o Uno, que também soma com o modelo original e ficou na segunda posição com 16.289 registros nos Detrans. O terceiro mais negociado foi o Palio, com 15.237 unidades, a Strada figura na quarta posição com 11.190 carros transferidos e o Celta fecha a lista dos Top 5, com 8.277 unidades.

Segundo a Fenabrave, o cenário anotou melhora devido à reabertura dos departamentos de trânsito, que desobstruiu os registros. “No mês de maio, o aumento da comercialização de veículos usados foi, fortemente, influenciada pela volta de funcionamento de alguns Detrans, o que permitiu a realização das transações”, observa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. 

No entanto, ele também aponta que parte do aumento das negociações se deu pela necessidade do consumidor vender o próprio carro para fazer dinheiro. “Outro fato relevante é a própria crise, que fez muitas pessoas comercializarem seus veículos usados, seja para trocar por outro, de menor valor, ou mesmo para revertê-los em dinheiro, para complementar sua renda e honrar compromissos”, explica.

Estratégias 

E mesmo com abertura dos comércios em várias localidades, como Belo Horizonte, empresários do setor estão buscando alternativas para manter as vendas, sem relaxar o distanciamento social. É o que explica o diretor da Carbig.com, braço de seminovos do Grupo Carbel, Felipe Pessoa. 

“Estamos diante de um novo cenário de vendas. Embora tenhamos tido as nossas lojas reabertas por um decreto após um mês de quarentena, é perfeitamente compreensível que o consumidor tenha receio de sair de casa neste momento. Desde o início da pandemia, desenvolvemos um plano de ações que tem como objetivo garantir a saúde de funcionários e clientes e incentivar as vendas com promoções e benefícios”, explica.

Entre as ações da empresa está a entrega do carro na casa do cliente, canais de atendimento remoto, certificação de procedência e até mesmo um plano de pagamento com prestações de R$ 199 nos primeiros 12 meses do financiamento, além de um prazo de 120 dias para o cliente começar a pagar. Pessoa explica que a certificação e as garantias são necessárias nesse novo cenário em que muitas vezes o consumidor tem receio de ver o carro pessoalmente, mas precisa de uma certeza de que o automóvel está em boas condições.

“O mercado de seminovos tem uma peculiaridade, em que o cliente começa toda a sua busca de forma online, mas o fechamento do negócio passa pela confirmação da qualidade e do estado do veículo. No Carbig.com o nosso objetivo maior é oferecer essa segurança e proporcionar a melhor experiência na compra de um seminovo”, explica o executivo que em 2019 vendeu 7 mil unidades pela plataforma.

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