Mesmo em crise, volume de turistas argentinos no brasil altera rotas aéreas

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
11/08/2016 às 09:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:18
 (Divulgação)

(Divulgação)

Diante de crise econômica em seu país, a companhia aérea estatal Aerolineas Argentinas mudou sua estratégia para o Brasil focando em destino turísticos ao invés de rodas de negócios. A decisão foi da presidente da estatal, a brasileira Isela Costantini. Segundo a executiva, há uma inversão de fluxo, com mais argentinos rumo ao Brasil nos próximos meses do que o contrário. Dessa forma, a companhia decidiu terminar com as linhas que ligavam Buenos Aires a Brasília e Belo Horizonte, e criar uma de Córdoba para Porto Seguro, que passa a operar em setembro.

“A expectativa é ainda de ver uma certa recuperação do Brasil nos próximos meses, mas é difícil. A gente está apostando muito mais no turismo do argentino indo para o Brasil do que no do brasileiro vindo para Argentina”, analisa Isela. A previsão é feita apesar da valorização recente do real, que faz os preços no Brasil já não serem tão atrativos.

Os argentinos atravessam uma recessão mais moderada que a brasileira, com previsão de encolhimento do PIB de 0,8% a 1,5% este ano. Segundo ministro dos Transportes argentino, Guillermo Dietrich, que também participou da entrevista, o país não está em crise. Ele citou o crescimento de 13% no número de passageiros transportados em julho pela Aerolíneas como exemplo e afirmou que a Latam também obteve este porcentual no país.

Ajustes

Em julho de 2015, uma série de paralisações fez a pontualidade cair a 52%. Este ano, chegou a 82%. Questionado se o governo pensava em buscar investidores privados para a empresa, Dietrich disse secamente que não. A manutenção da Aerolíneas como estatal foi uma das promessas de Macri, que já defendeu sua privatização Sobre a possibilidade de emitir bônus no mercado externo, ele disse que não há possibilidade no curto prazo.

A retomada do setor tem estimulado o interesses de companhias aéreas que operam com tarifas reduzidas. No entanto, a possível entrada de empresas de baixo custo no país é considerada saudável por Isela. 

A executiva acredita que o fato de a maior parte de sua equipe vir da iniciativa privada a deixa mais preparada para a competição - mesmo que o plano seja zerar o déficit em quatro anos. Apenas para o BNDES a Aerolíneas deve US$ 420 milhões (R$ 1,3 bilhão). O principal objetivo do governo é dobrar os voos internos. Hoje, há 36 destinos nacionais.

 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por