Minas cai de 3º para 6º no ranking de competitividade estadual

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
29/07/2014 às 08:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:34
 (Jefferson Rocio)

(Jefferson Rocio)

Minas Gerais perdeu três posições no ranking de competitividade dos estados brasileiros, caindo da 3ª para a 6ª posição entre 2012 e 2013. O diagnóstico foi divulgado nessa segunda-feira (28) pelo Centro de Liderança Pública (CLP), organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de líderes públicos, em parceria com a Economist Intelligence Unit (EIU), unidade de pesquisas da revista The Economist.

Entre as causas da queda constam no relatório o recuo nos preços de commodities, especialmente minério de ferro, e enfraquecimento do consumo por parte dos mineiros.

“Minas foi afetada principalmente pela queda do preço do minério e também sofreu impacto forte na indústria manufaturada. Enquanto estados como o Paraná foram bem em função da agroindústria, com grande volume de embarques de soja, Minas exporta mais café, que também vem perdendo valor”, afirmou o diretor-presidente do CLP, Luiz Felipe D’ávila.

No ranking, os pesquisadores geraram uma nota de 0 a 100 para cada Estado. Foram analisados 26 itens em 8 eixos: ambiente político, ambiente econômico, regime de impostos e regulação, política em relação ao investimento estrangeiro, recursos humanos, infraestrutura, inovação e sustentabilidade.

Na classificação geral, Minas ficou com nota 60,2, pontuação 3,1% inferior em relação ao último levantamento.
Apesar da retração, o Estado continua no grupo dos seis que apresentam ambiente adequado para quem pretende atuar no setor produtivo, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, firmes na liderança, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que ultrapassaram Minas.

A pior performance de Minas apareceu no item ambiente econômico, com o 11º lugar.

“Aí entra a queda do poder de compra. No Brasil, o consumo no varejo cresceu 4,3%, enquanto no Estado avançou somente 0,9%. E isso é resultado das atividades que encolheram, como agroindústria e mineração”, disse D’ávila.

No quesito infraestrutura, a nota também foi ruim, com Minas na 10ª colocação entre os 27 entes federativos. “Mas aí é um problema geral do Brasil, com portos, aeroportos e estradas de péssimas qualidade, o que afugenta investidores”, afirmou o diretor do CLP.

Alto do pódio

Minas, no entanto, ficou com o lugar mais alto do pódio no item atração de investimentos estrangeiros. “O governo tem feito um trabalho excelente para promover Minas no exterior, pois sabe que, diante da conjuntura econômica, é preciso atrair capital de fora. Na verdade, a colocação geral do Estado é mais decorrente do mercado, e não da gestão pública”, avaliou.

Ainda de acordo com D’ávila, a alta carga tributária, a instabilidade em função de marcos regulatórios, como aconteceu recentemente no setor elétrico, e a mão de obra cara e desqualificada prejudicam a competitividade brasileira. “Os gastos correntes dos Estados têm aumentado e sobra pouco para investir. O Brasil precisa melhorar para ser mais competitivo”, afirmou.
 

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