Minas Gerais assiste ao renascer do transporte ferroviário

Do Hoje em Dia
02/12/2012 às 07:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:59

Com a inauguração quinta-feira (6), em Sete Lagoas, da fábrica de locomotivas do grupo Caterpillar, Minas Gerais se torna um importante polo mundial num setor que vem crescendo nos últimos anos. Assiste-se a um verdadeiro renascimento do transporte ferroviário. Nos Estados Unidos, a expansão é impulsionada pelos padrões mais rigorosos para emissões de carbono que devem entrar em vigor em 2015.

Preparando-se para as novas regras, a produção de locomotivas naquele país praticamente dobrou no ano passado. Foram produzidas 1.100 máquinas, das quais cerca de 35% destinadas à exportação.

A fábrica da Catterpilar, em Sete Lagoas, e a da GE, em Contagem, podem evitar que o Brasil tenha que importar locomotivas, caso se concretizem os planos do governo federal de construir 10 mil quilômetros de ferrovias nos próximos cinco anos. Tão ambicioso quanto o plano do governo é a expectativa da Catterpilar de fabricar em Minas 90 locomotivas diesel-elétricas por ano, quando se considera que a GE, maior fabricante mundial, está no Brasil há 50 anos e só montou no país, nesse tempo todo, cerca de 1.300 locomotivas. Antes de transferir a fábrica para Contagem, em 1996, a GE fabricou mil máquinas em Campinas. Em Minas, a produção só começou há sete anos e a produção anual alcançou 67 unidades em 2010. Ou seja, menos que a capacidade da nova fábrica de Sete Lagoas.

A Catterpilar surge como grande concorrente da GE. O grupo norte-americano entrou nesse mercado para valer em 2010, quando comprou a Electro-Motive Diesel (EMD), por US$ 820 milhões. A Catterpilar estima que mais de 33 mil locomotivas EMD continuem em operação em todo o mundo. Até o começo da década de 1990, a EMD era a maior fabricante mundial de locomotivas a diesel, mas foi superada pela GE. As ferrovias podem elevar sua participação no mercado porque, atualmente, para transportes de cargas pesadas por longas distâncias, os trens chegam a ser mais econômicos que os caminhões em até cinco vezes. No Brasil, o transporte ferroviário já responde por 30% da movimentação de cargas. Presente na inauguração da fábrica em Sete Lagoas, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, afirmou que a expansão da malha ferroviária pode elevar essa fatia em dez pontos percentuais.

Porém, desde 1997, quando a malha ferroviária brasileira foi privatizada, o aumento da carga transportada manteve-se abaixo das expectativas. Faltou investimento das concessionárias.

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