Minas pode sair perdendo com vitória de Cunha na Câmara dos Deputados

Aline Louise - Hoje em Dia
03/02/2015 às 08:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:53
 (Wilson Dias)

(Wilson Dias)

A vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados deixou o adversário mineiro, deputado Júlio Delgado (PSB), descrente com a renovação do Congresso Nacional. Para ele, Cunha representa a manutenção de um parlamento que opera na base da troca de “gentilezas” com o Executivo, o que pode prejudicar inclusive a tramitação de projetos importantes para Minas Gerais.
Na avaliação de Delgado, matérias como a que propõe revisão dos royalties do minério, o que poderia trazer mais recursos ao Estado, devem permanecer paradas na gestão do peemedebista. “Eu acho muito difícil passar, porque vai entrar no rol das negociações baixas aqui, votação de relatórios em função de acordos. Isso nunca vai evoluir. Qualquer coisa que for votar vai ser nas bases que já existiam de negociações em troca de gentilezas”, disparou.
Júlio Delgado ainda disse que o resultado do pleito distancia ainda mais o Legislativo federal da população. “Quando abri mão de todas as ofertas de composição é porque realmente queríamos mudar a Casa. Representar os deputados novos que estão chegando, trazer das ruas o desejo de mudança e mantiveram uma Mesa que distancia cada vez mais o parlamento da sociedade. Não ouviram o desejo de mudança das ruas”, avaliou.
O deputado creditou sua derrota à dissidência que teve, dos votos que esperava ter de partidos aliados e também ao “jogo pesado”, tanto por parte de Cunha quanto de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Para ele, o petista teria se beneficiado da estrutura governamental, e ainda assim “não se fez garantir”.
Já o peemedebista, na avaliação de Delgado, fez uma campanha grandiosa, “fora dos padrões para a presidência da Câmara”.
Eduardo Cunha foi procurado pela reportagem do Hoje em Dia, via assessoria de imprensa, mas não quis se posicionar sobre o assunto.
Minas   O deputado federal licenciado, agora secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miguel Corrêa (PT), disse que a vitória de Eduardo Cunha torna o “jogo difícil” para o governo federal. “Nós temos que entender que ontem (domingo) o resultado da eleição foi uma derrota para nós, a candidatura que nós colocamos e construímos não foi a vitoriosa”, pontuou.
Para ele, o resultado impõe ao governo a necessidade de novas estratégias. “Nós avaliamos que o governo tem que buscar uma reorganização da sua ocupação política, do seu espaço, da sua coordenação política e isso tem que começar a ser feito agora”.

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