(WhatsApp/Reprodução)
As casas comunitárias e os estabelecimentos comerciais da seita religiosa “Comunidade Evangélica Jesus, a verdade que marca” continuam sendo fiscalizadas nesta quarta-feira (7), de acordo com o Ministério do Trabalho. O trabalho dá continuidade à operação Canaã, deflagrada nesta terça (6) pela Polícia Federal em Varginha, Sul de Minas. Cerca de 900 trabalhadores podem ter sido ludibriados pelos líderes da seita e seriam mantidos em situação análoga à escravidão.
Ao todo, cerca de 30 equipes de auditores-fiscais vão fiscalizar dez casas comunitárias, 20 estabelecimentos comerciais e nove fazendas localizadas em três Estados: Minas Gerais, Bahia e São Paulo.
Até o final desta semana, auditores-fiscais também vão verificar a documentação dos trabalhadores explorados pela seita religiosa Igreja Cristã Traduzindo o Verbo, antes chamada de “Comunidade Evangélica Jesus, a verdade que marca”. O número de vítimas ainda não foi contabilizado.
Grande parte dos locais vistoriados, mantidos pela seita religiosa, estão no sul de Minas, núcleo da entidade. As cidades de Contagem, Caxambu, Betim, Andrelândia, Minduri, Madre de Deus, São Vicente de Minas, Pouso Alegre e Poços de Caldas são alvos da operação.
Na Bahia, os municípios de Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra também têm casas comunitárias que estavam sendo implantadas como expansão da seita. Já na cidade de São Paulo, além da sede da igreja, a seita possui duas casas comunitárias, para onde os trabalhadores eram encaminhados.
Nos casos em que for confirmado o trabalho escravo, os auditores-fiscais farão os cálculos dos direitos trabalhistas, que deverão ser pagos pelas empresas criadas pela seita retroativamente desde a data em que os trabalhadores começaram a prestar os serviços até o dia de início da operação. Essas informações constarão no relatório final que será enviado à Justiça Federal, para as providências cabíveis.
O relatório com a caracterização do trabalho escravo e informações trabalhistas das vítimas deve ser concluído até o final de fevereiro. O documento servirá para instrumentalizar a ação penal movida pela Justiça Federal contra os líderes da organização criminosa. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) propôs Ação Civil Pública, na Justiça do Trabalho, em favor das vítimas.
Fonte: Ministério do Trabalho