Moderação e segurança ditam votos na Grande BH

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
06/11/2020 às 20:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:58
 (x)

(x)

Entre as quatro cidades da Grande BH nas quais a legislação permitiria a realização de 2º turno no pleito municipal, este ano – no restante do Estado há outras cinco: Uberlândia, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba e Governador Valadares –, por terem mais de 200 mil eleitores cada, tudo indica que em três a peleja possa ser definida já em 15 deste mês. Isso levando-se em conta as últimas pesquisas de intenção de voto. Reproduções do Facebook/divulgaçãoAlexandre Kalil, em BH, Vittorio Medioli, em Betim, Marília Campos, em Contagem, e Junynho Martins, em Neves, querem cativar eleitor com base no trabalho feito

São elas: a capital (1,9 milhões de votantes), Betim (259 mil) e Contagem (400 mil), onde, respectivamente, os atuais prefeitos Alexandre Kalil (PSD) e Vittorio Medioli (PODE) e a ex-chefe do Executivo por dois mandatos (2005 a 2012) Marília Campos (PT) aparecem com bem mais da metade da preferência do eleitorado, a poucos dias da votação. Vale lembrar que, no caso de Marília, o hoje gestor de Contagem, Alex de Freitas (sem partido), não quis concorrer a novo mandato. 

 Em Ribeirão das Neves (203 mil eleitores), embora sem levantamentos eleitorais recentes, analistas dizem que o prefeito Junynho Martins (DEM) também tem chances de ser reconduzido, mesmo com um eventual 2º turno.

Sem arroubos
Para o cientista político Rudá Ricci, tais situações indicam que, depois de aventurar-se escolhendo “novidades” em pleitos passados (2016 e 2018), a maioria dos eleitores aposta agora na moderação e até em um certo conservadorismo, dispensando “invenções”.  

 Isso seria perceptível não apenas nas eleições municipais de Minas e do Brasil, mas também em conjunturas que ocorrem em outros países, como nos EUA, que passam por processo de revisão de escolhas recentes baseadas em mudanças políticas extremadas (caso de Trump, que parece estar sendo revisto). “A democracia tende ao meio, à moderação, mesmo que eventualmente haja acontecimentos fora desse padrão. No caso dos EUA, penso que os democratas seriam a segurança neste momento”, diz.  

 Nas cidades mineiras, conforme Ricci, o eleitor também estaria “indo na base da segurança, não pensando no que seja tradicional, até porque Kalil, por exemplo, não se dizia político em 2016”. “As pessoas pensam agora no que é seguro para elas. Preferem aquilo que conhecem, deixando de lado arroubos nas urnas”. No caso de Kalil e de Marília, Ricci cita ainda que ambos se apresentam como figuras paterna e materna. “O prefeito de BH seguiu bem a linha de paizão, sobretudo na pandemia, usando slogans como ‘Prefiro perder dez mil votos a dez mil vidas’. “Já Marília faz campanha como uma mãe conhecida na cidade. E fez composição com o MDB. Aí, acho que ela ‘amarrou’ a eleição”.


 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por