Moradores de oito cidades estão na rota do futuro Rodoanel

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
26/11/2012 às 07:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:36
 (Arquivo / Hoje em Dia)

(Arquivo / Hoje em Dia)

Etiene Pereira do Valle, de 38 anos, e o casal Lucelínia, de 32, e Cloves Soares dos Santos, de 35, nunca se encontraram. Mas eles têm algo em comum. Moram em áreas por onde vão passar os 67,5 quilômetros do Anel Viário do Contorno Norte, mais conhecido como Rodoanel.

A rotina deles será afetada, seja pelos impactos da construção da nova rodovia, planejada para desafogar o caótico trânsito do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, ou pelas desapropriações necessárias para a execução das obras. Portanto, todos estão em “rota de colisão” com o Rodoanel.

Engavetado desde 2001 pelo Ministério dos Transportes, o projeto da alça Norte foi repassado, neste ano, ao governo de Minas. Embora tenha lançado, em outubro, o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), etapa anterior à Parceria Público-Privada (PPP) que viabilizará a empreitada, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informa que a quantidade de desapropriações ainda não foi definida.

Segundo especialistas, o Rodoanel cortará áreas urbanizadas, mas também por matas até então preservadas e pelos limites de reservas ambientais. A rodovia irá do km 436 da BR-381, em Ravena, distrito de Sabará, à junção da Fernão Dias (outra parte da BR-381) com a Via Expressa de Betim.

Estrutura

A pista de rolamento terá duas faixas de tráfego em cada sentido, com mureta central e acostamento.

A criadora de cães Etiene mora em um sítio de 48 mil m2, em Ravena, cercado de Mata Atlântica. Ela se mudou, há oito anos, da zona Sul de BH para a propriedade rural, em busca de tranquilidade. O Rodoanel passará a poucos metros da porteira do sítio. “Acho o projeto importante, mas não sei se vamos nos adaptar”, diz Etiene.

Mudança à vista

Lucelínia cuida de quatro filhos e da casa construída pelo pedreiro Cloves, marido dela, em uma ocupação no bairro Alterosa, em Betim. Há um ano, o casal foi visitado por “representantes do Rodoanel”.

“Vieram aqui, tiraram fotos de dentro e fora da casa e prometeram voltar em dois meses para dizer quanto vale o imóvel. Mas não retornaram. Não sou contra a rodovia, desde que a indenização seja justa”, afirma Cloves. l

Leia mais sobre os entraves do projeto na http://177.71.188.173/clientes/hojeemdia/assinantes/index.php

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