Mortalidade infantil cai no Brasil, mas ainda não podemos comemorar

Do Hoje em Dia
16/09/2012 às 07:35.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:19

A queda da taxa de mortalidade infantil no Brasil que vem ocorrendo desde 1990, constatada em estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pode ser comemorada. Mas não se espera que o governo saia por aí gastando dinheiro, numa campanha publicitária custosa, para propagandear que o Brasil alcançou antes do tempo uma das Metas do Milênio estabelecidas pela ONU para 2015.

Quando essa meta foi fixada, no ano 2000, a situação do Brasil era tão precária, que parecia razoável desejar que em 2015 a taxa de mortalidade infantil tivesse baixado para 19 por grupo de mil crianças. A ONU tinha em mente a taxa de 58, registrada em 1990, quando o país estava ainda mergulhado num longo período de profunda crise econômica.

Tão grave, que os anos 80 passaram a ser identificados como os da "década perdida". Perdida apenas em relação ao desenvolvimento econômico, pois se considerarmos a situação política do país, esses anos representaram grande avanço em comparação com os anos 70.

Nos anos 90 e na primeira década deste milênio, até 2008, o mundo experimentou longo período de expansão econômica, que no Brasil teve reflexos importantes, a partir do governo Lula, na parte sofrida da sociedade, aquela mais afetada por doenças que mais matam nossas crianças. O país fez grande esforço para melhorar a situação sanitária de favelas e o atendimento médico e hospitalar aos pobres, como preconizava a Constituição de 1988. Por isso, não foi surpresa ter-se antecipado à Meta do Milênio, alcançando índice até mais baixo que o esperado pela ONU.

Apesar disso, 16 crianças que morrem no Brasil antes de completar cinco anos de vida, a cada grupo de mil crianças, é um índice ainda extremamente elevado. Nos países mais desenvolvidos, esse índice não chega a cinco.

Para alcançá-lo, o governo precisa continuar investindo muito na melhoria da área da saúde. E não apenas no treinamento de pessoas e na construção de mais postos de saúde e hospitais infantis, mas também informando melhor a população sobre métodos de prevenção de doenças. E resolvendo problemas sanitários, com a construção de redes de esgoto e usinas de tratamento de lixo sólido e líquido.

Sem dúvida, há muito a se fazer, tanto no Brasil como em Minas. No Estado, a situação é um pouco menos grave que a do país. Ainda assim, 15 crianças em cada mil nascidas em Minas morrem antes de completar cinco anos de vida, segundo a Secretaria da Saúde.

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