Motorista de caminhão é identificado pela polícia francesa

Agência Brasil
15/07/2016 às 08:06.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:18
 (Alberto Estevez/Pool/Agência Lusa)

(Alberto Estevez/Pool/Agência Lusa)

De acordo com a mídia local, os serviços de segurança franceses fazem, no momento, buscas na casa do terrorista.

Segundo o jornal "Nice Matin", o local não seria o domicílio atual do homem, mas o antigo apartamento que ele dividia com a mulher e os filhos, antes de sair após denúncias de violência conjugal. 

O suspeito teria origem tunisiana, 31 anos e seria pai de três filhos, segundo a imprensa francesa. Tais informações, no entanto, não foram confirmadas pelas autoridades francesas. Foi encontrado dentro do caminhão uma identidade, mas ainda não se sabe se o documento foi plantado no local pelo verdadeiro terrorista. 

O suspeito exerceria a profissão de motorista e já teria cometido pequenos delitos. Sua radicalização, no entanto, teria passado desapercebida.
 
Estado de emergência

O presidente da França, François Hollande, já chegou a Nice para acompanhar as investigações sobre o caso. Após o ataque, ele prorrogou o estado de emergência no país por mais três meses. Além disso, foi decretado luto oficial de três dias. 

"A França como um todo está sob ameaça do terrorismo islâmico. Nós temos que demonstrar absoluta vigilância e uma determinação inabalável", disse o mandatário. 

O estado de emergência dá poderes extras de detenção para a polícia e amplia outras medidas de segurança no país.

Crinaças hospitalizadas
 
O atentado desta quinta foi o que deixou mais mortos em solo europeu desde a série de ataques de novembro em Paris. Mais de cinquenta crianças foram levadas ao hospital pediátrico de Nice, o Fondation Leval, e duas delas morreram na manhã desta sexta durante intervenções cirúrgicas. "Outras estão entre a vida e a morte", disse a porta-voz do hospital. 

A maioria das vítimas adultas foi transferida ao Hospital Pasteur, na mesma cidade.

O atentado

Segundo as testemunhas, o caminhão fazia ziguezagues sem parar ao longo de dois quilômetros na avenida marginal. O motorista também disparou contra as pessoas, tendo sido eliminado pela polícia. Até o momento, as autoridade reportam 84 mortos.

O presidente francês François Hollande classificou o atentado como um ataque terrorista.

Veja aqui mais informações sobre o ataque:
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O atentado aconteceu por volta das 22h45 de quinta-feira, na Promenade des Anglais, no coração do balneário turístico de Nice, onde dezenas de milhares de franceses e estrangeiros acabavam de acompanhar os fogos de artifício dos festejos públicos da festa nacional de 14 de Julho, Dia da Bastilha. Entre as vítimas ainda em atendimento, estão crianças, a maior parte com traumatismo craniano e fraturas graves.

Um brasileiro radicado na França, Anderson Happel, está entre os feridos, mas não corre risco. Segundo e embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, cônsul-geral do Brasil na França, não há informações até aqui sobre outros brasileiros entre os feridos e mortos, mas o monitoramento continua, já que há vítimas ainda não identificadas e desaparecidos. "Estamos em contato constante com a célula de crise do Ministério das Relações Exteriores da França e até o momento não há registro de cidadãos brasileiros vitimados. Tampouco recebemos contatos de brasileiros na região de Nice", confirmou ao Estado a embaixadora.

Os mortos e feridos foram atingidos por um motorista, que invadiu uma área fechada à circulação de veículos e acelerou um caminhão de mais de 15 toneladas contra o público, deixando mortos e feridos por um trajeto de mais de dois quilômetros. Ao término do percurso, abordado pela polícia, o motorista foi abatido pelas forças de ordem, após troca de tiros. O terrorista estava armado de uma pistola Browning 7.65, mas outros armamentos encontrados no interior do veículo, entre os quais fuzil e granadas, eram fictícias.

Uma batida foi realizada pelas autoridades na residência do criminoso. Segundo Pólo Antiterrorismo do Ministério Público de Paris, que coordena as investigações, o autor do crime não era fichado pelos serviços secretos por terrorismo ou radicalismo. Por outro lado tinha antecedentes por violência a mão armada, roubo e agressão, além de agressão conjugal. 

Em Paris, uma reunião do Conselho de Defesa, órgão de interministerial coordenado pelo presidente francês, François Hollande, foi realizada nessa manhã. Na saída, o primeiro-ministro, Manuel Valls, confirmou que um projeto de lei será enviado ao Parlamento para prolongar o Estado de Emergência, o regime de medidas de exceção para combate ao terrorismo, será prolongado por mais três meses - ele vigoraria apenas mais duas semanas. 

"A França mais uma vez foi atingida por um ano terrorista covarde", afirmou Valls. "O terrorismo, nós advertimos há um bom tempo, é uma ameaça que pesa há muito na França, e que ainda pesara por bastante tempo. Estamos enfrentando uma guerra."
 

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