Motorista diz que não sabia que caçamba estava levantada

Lucas Vettorazzo - Folhapress *
28/01/2014 às 17:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:38
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

(Tânia Rêgo/Agência Brasil)

RIO DE JANEIRO - O motorista do caminhão que atingiu nesta terça-feira (28) um viaduto na Linha Amarela disse à polícia que sabia que trafegava na via em horário não permitido, mas decidiu fazê-lo mesmo assim por estar atrasado para chegar ao seu destino. O acidente matou quatro pessoas e deixou outras cinco feridas.

O acidente ocorreu por volta das 9 horas, quando a circulação de caminhões é proibida na via. Imagens de um vídeo mostram ainda que a caçamba do caminhão se levantou e bateu na passarela.

Em depoimento informal ao delegado da 44ª DP (Inhaúma), Fábio Asty, o motorista identificado como Luiz Fernando da Costa, 33, afirmou ainda que não sabia que a caçamba do veículo estava levantada.

De acordo com o delegado, a alavanca que aciona o mecanismo de içar a caçamba fica embaixo do volante e é dura para manejar justamente para evitar que ela se levante por acidente. O veículo, segundo o delegado, trafegava a 85 km/h no momento da batida - acima da velocidade máxima permitida, que é de 80 km/h na faixa em que ele estava. Nas outras faixas o limite é de 100 km/h.

De acordo com a Defesa Civil do Estado, os mortos são Célia Maria, 64, arremessada da passarela; Adriano Pontes de Oliveira, 27, que caiu no canal entre as pistas; Renato Pereira Soares, 62, motorista do Palio; e Alexandre de Almeida, que estava no táxi e ainda não teve a idade divulgada.

O motorista é aguardado para um depoimento oficial assim que receber alta do hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde está internado desde a manhã. A expectativa é que o depoimento seja tomado nesta terça ou na quarta-feira.

Segundo Asty, o motorista saiu da sede da empresa, em Água Santa, na zona norte, em direção a rodoviária Novo Rio, no centro. O motorista contou que estava atrasado e resolveu pegar a Linha Amarela para cortar caminho. A caçamba iria recolher entulho em uma obra na região.

O motorista trabalhava há cerca de seis meses na empresa chamada Arco da Aliança. Não está confirmado ainda se o caminhão prestava serviço para a Prefeitura do Rio no momento do acidente.

De acordo com o delegado, o caminhão passou por uma manutenção recente na caixa de marchas e voltou às ruas no domingo (26).

O motorista poderá ser indiciado por quatro homicídios culposos e outras cinco lesões corporais culposas. O homicídio culposo - quando não há intenção de matar - prevê detenção de 2 a 4 anos de detenção. O inquérito policial tem prazo de conclusão de 30 dias. O laudo pericial da Polícia Civil, segundo o delegado, deve ficar pronto e dez dias.

Faixas liberadas

Por volta das 16h30 desta terça-feira (28) foram liberadas duas faixas da Linha Amarela no sentido Barra da Tijuca. A passarela derrubada pelo caminhão foi cortada em três partes e duas já foram retiradas. Uma faixa permanece interditada para remoção do trecho remanescente da passarela. A pista no sentido centro continua interditada. (*Com Agência Estado)

Atualizada às 18h58

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