Acusados de estuprar criança muçulmana na Índia, hindus se declaram inocentes

Estadão Conteúdo
16/04/2018 às 12:51.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:21
 (TAUSEEF MUSTAFA / AFP)

(TAUSEEF MUSTAFA / AFP)

Os oito homens acusados pelo estupro e assassinato de uma garota de oito anos de idade na Índia se declararam inocentes em sua primeira aparição diante de um tribunal, nesta segunda-feira (16). Os acusados são hindus e a vítima era muçulmana. A menina desapareceu enquanto cuidava dos pôneis de sua família e seu corpo foi encontrado numa floresta em janeiro, uma semana depois.

De acordo com a polícia, os homens planejaram o sequestro por mais de um mês, como parte de um plano para assustar a tribo da garota e fazer com que se mudassem da área, no Estado de Jammu e Caxemira. Os policiais ainda afirmam que a criança foi sedada e mantida em cativeiro dentro de um templo hindu, onde foi estuprada repetidas vezes, antes de ser estrangulada e espancada até a morte.

Nesta segunda, o tribunal instruiu os investigadores para se certificarem de que os acusados tinham cópias de todas as acusações que enfrentam antes da próxima audiência, no dia 26 de abril. O caso gerou protestos em toda a Índia e atingiu destaque nacional nas notícias, quando milhares de membros do grupo radical Hindu Ekta Manch, ou a Plataforma da Unidade Hindu, marchou em apoio aos oito homens acusados.

Centenas de advogados da associação local também tentaram impedir a polícia de entrar no complexo judicial para que apresentassem sua investigação ao júri, e disseram que todos os acusados são inocentes. Seis homens, incluindo dois policiais, são acusados de estarem diretamente envolvidos nos ataques à criança - e um deles fez parte da equipe de buscas pelo corpo. Outros dois foram presos por tentativa de destruir provas.

Ao menos dois legisladores do principal partido hindu da Índia, o nacionalista Bharatiya Janata (BPJ), também se manifestaram em apoio aos acusados. O caso destaca a crescente polarização religiosa na Índia desde que o BJP chegou ao poder em 2014.

Fonte: Associated Press.  

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