Alemães festejam 25 anos da queda do Muro de Berlim

Agência France-Presse
08/11/2014 às 08:28.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:56
 (TOBIAS SCHWARZ/AFP)

(TOBIAS SCHWARZ/AFP)

BERLIM – A capital alemã celebra neste fim de semana os 25 anos da queda do Muro de Berlim, com eventos que terminarão neste domingo com uma grande festa popular. A imprensa alemã divulgou a previsão de dois milhões de pessoas na capital, mas uma greve de trens prevista para a próxima segunda-feira pode reduzir o fluxo de visitantes.   “Muro da vergonha” na Alemanha Ocidental, “proteção antifascista” na Alemanha Oriental, a construção de mais de 150 quilômetros de comprimento foi erguida em 1961 pela República Democrática Alemã (RDA, Oriental), comunista.   Sob a pressão pacífica de centenas de milhares de manifestantes, o muro foi derrubado 28 anos depois, em 9 de novembro de 1989. Menos de um ano depois, em 3 de outubro de 1990, a reunificação da Alemanha foi oficializada.   A chanceler Angela Merkel vai inaugurar neste domingo a nova exposição permanente do Memorial do Muro e assistirá a um concerto na sala Berliner Ensemble, que já foi o Teatro Bertold Brecht.   As comemorações, batizadas de “A Coragem da Liberdade”, acontecerão no Portão de Brandemburgo, em pleno centro da capital. Às 18h, acontecerá uma homenagem às “vítimas do Muro”, mortas quando tentavam ultrapassar a barreira.   O número exato de mortes não é conhecido. Em toda a RDA, pelo menos 389 pessoas morreram quando tentavam escapar, um dado oficial que as associações de vítimas consideram abaixo da realidade.     Fronteira luminosa   Desde a noite dessa sexta-feira (7), 8 mil balões luminosos desenham, ao longo de 15 quilômetros, o traçado do antigo Muro.   Os balões da “fronteira luminosa” (“Lichtgrenze”) levarão as mensagens de 8 mil “padrinhos” reunidos com a ajuda da internet e, símbolos de uma fronteira que se apaga, serão lançados ao céu neste domingo à noite.   Paralelamente às comemorações, o último dirigente soviético, Mikhail Gorbachev, de 83 anos, prêmio Nobel da Paz, participará em um debate que discutirá o recente aumento de tensão entre o Ocidente e a Rússia.   O último presidente da União Soviética, considerado na Rússia o responsável pelo caos posterior à desintegração da URSS, é respeitado no Ocidente por sua decisão de abrir mão do uso da força para reprimir as aspirações democráticas dos cidadãos dos países satélites.     Pedaços de ‘liberdade’ espalhados pelo mundo   De Seul ao Vaticano, do arquipélago de Tonga até Los Angeles, pedaços do Muro de Berlim, geralmente pichados, estão espalhados por todo o mundo, como fragmentos de um símbolo paradoxal de liberdade.   Em 1990, a RDA agonizante organizava leilões para vender os pedaços. Centenas deles encontraram um lar em países estrangeiros. “Este é o paradoxo do Muro”, comentou o pintor francês Thierry Noir, que foi um dos primeiros artistas a ter pintado a construção em 1984. “Antes nós pintávamos para o fazer cair. Agora nós pintamos o muro para mantê-lo como um tributo à liberdade”.   Em um armazém a céu aberto ao longo do rio Spree, em Berlim, dezenas de pedaços do muro estão à espera de um pintor, amador ou profissional. É possível reservar uma peça on-line, através de uma empresa e, em seguida, pintá-lo, comprá-lo ou vendê-lo. A empresa recebe um terço do preço de venda, no mínimo 500 euros. Se dentro de seis meses nada acontecer, o painel será disponibilizado para outro pintor. 

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