Boca de urna mostra vitória do atual premiê sobre populista anti-Islã na Holanda

Estadão Conteúdo
15/03/2017 às 18:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:45

A principal pesquisa de boca de urna da Holanda sugere que o primeiro-ministro Mark Rutte venceu com facilidade o deputado Geert Wilders, na eleição parlamentar desta quarta-feira. O voto é visto como um teste sobre a força do populismo na Europa. A pesquisa do instituto Ipsos sugere que o partido de Rutte levou 31 das 150 cadeiras do Parlamento, 12 a mais que a sigla de Wilders, que dividiu o segundo lugar com outros dois partidos.

"Estou muito orgulhoso do que ocorreu e feliz por termos recebido um voto de confiança novamente", afirmou Tamara van Ark, líder de campanha do partido liberal VVD, a sigla do primeiro-ministro.

Com a França e a Alemanha indo às urnas nos próximos meses, Rutte esperava frear o impulso do que ele chamava de "tipo errado de populismo", após no ano passado o Reino Unido decidir deixar a União Europeia e depois da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Wilders havia insistido que, independentemente do resultado das urnas, o tipo de política populista que ele e outros na Europa representam não acabará. "O gênio não voltará de volta para a garrafa. As pessoas se sentem mal representadas", disse ele.

Rutte retratou a eleição como uma escolha entre a continuidade ou o caos, apresentando-se como o fiador da recuperação econômica nacional e retratando Wilders como um radical de extrema-direita despreparado para tomar decisões difíceis.

A chance de Wilders se tornar premiê era remota, já que a votação gera uma representação proporcional que resulta em coalizões. Mesmo se o Partido pela Liberdade dele ficasse à frente, as outras siglas rechaçavam uma coalizão com ele.

Wilders defende o fechamento das fronteiras para imigrantes de países muçulmanos, o fechamento de mesquitas e a proibição do Alcorão. Além disso, deseja que o país deixe a União Europeia.

Os últimos dias da campanha foram ofuscados pela crise diplomática entre o governo holandês e a Turquia, após a Holanda impedir que ministros turcos participassem de um comício sobre uma votação que no próximo mês pode dar mais poderes ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. "É minha tarefa manter o país seguro e estável e lidar com esse tipo de pessoas", disse Rutte.

O premiê realizou medidas de austeridade impopulares nos últimos anos. A recuperação econômica do país, porém, ganhou fôlego e o desemprego diminuiu. Wilders, por outro lado, acenava aos eleitores descontentes, argumentando que eles não se beneficiavam da recuperação econômica.

Fonte: Associated Press.

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