Confrontos matam 71 combatentes da Al-Qaeda e 32 civis no Iraque

AFP
03/01/2014 às 18:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:08
 (AZHAR SHALLAL)

(AZHAR SHALLAL)

RAMADI (AFP) - As forças de segurança iraquianas e membros das tribos aliadas mataram nesta sexta-feira (3) 71 militantes da Al-Qaeda em confrontos na região de Al-Anbar, reduto sunita hostil ao primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki e onde também morreram 32 civis. Várias crianças e mulheres figuram entre as vítimas desses confrontos, conforme afirmou o ministério do Interior.   Os confrontos entre o Exército e grupos armados começaram na segunda-feira, após o desmantelamento pelas forças oficiais de um campo de opositores sunitas em Ramadi, apresentado pelo regime como um "antro da Al-Qaeda". A violência se espalhou para a cidade vizinha de Fallujah.   De acordo com fontes da segurança, membros do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) assumiram na quinta-feira o controle de metade de Fallujah e de vários setores de Ramadi, duas localidades da província de Al-Anbar. Nesta sexta-feira, eles ganharam terreno após combates durante a madrugada no centro de Ramadi, segundo um capitão da polícia. Entre os 71 membros da Al-Qaeda abatidos estava o chefe da rede em Al Anbar.   Segundo o xeque Ahmed Abu Risha, vários membros do EIIL morreram em Khaldiyah, leste de Ramadi, e outros tantos morreram em Ramadi.   De acordo com a televisão estatal, as forças especiais antiterrorismo "mataram em Ramadi dois atiradores e queimaram quatro veículos dos terroristas". Mas ainda não há um balanço geral dos cinco dias de violência.   Em Falluja os combates prosseguem. Um coronel da polícia indicou que grande parte da cidade continua sob o controle do EIIL, enquanto as forças de segurança e líderes tribais controlam o resto da cidade e seus arredores.   A ira sunita   Os insurgentes do EIIL aproveitaram a retirada do Exército das cidades conturbadas da província de Al-Anbar na quarta-feira para avançar sobre as cidades. Na quinta-feira, o governo enviou reforços apoiados pelas tribos armadas para combater o EIIL em Ramadi. E em Fallujah, os combates aconteceram entre os insurgentes e as forças especiais iraquianas.   A província de Al-Anbar, de maioria sunita, tornou-se há mais de um ano um reduto da contestação contra o primeiro-ministro Maliki, acusado de monopolizar o poder e marginalizar os sunitas. Fallujah e Ramadi eram redutos da insurgência que se seguiu à invasão americana do Iraque, que derrubou Saddam Hussein, um sunita, em 2003.   Dois anos após a retirada das últimas tropas americanas, em dezembro de 2011, as forças iraquianas lutam para lidar com insurgentes, encorajados pelo conflito na vizinha Síria, e o descontentamento da minoria sunita. O fim do campo foi uma vitória para o regime, mas a operação teve um alto custo para a segurança em Al-Anbar, além de acentuar as tensões com a comunidade sunita.   "O poder, o controle territorial e a influência (do EIIL) se estende em Al-Anbar, mas concentra-se principalmente nas zonas rurais do deserto", ressalta Charles Lister, pesquisador do Brookings Doha Center.   O descontentamento dos sunitas foi um fator determinante no aumento da violência no Iraque nos últimos meses. Segundo a ONG Iraq Body Count, que contabiliza as vítimas civis da violência desde a invasão americana, que derrubou o presidente Saddam Hussein, o ano de 2013 foi o mais sangrento em cinco anos, com 9.475 civis mortos.

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