Cuba decide soltar 3,5 mil presos antes da visita do papa Francisco

AFP
11/09/2015 às 08:16.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:43
 (Andreas Solaro)

(Andreas Solaro)

O governo de Cuba concedeu indulto a 3.522 presos, o maior número desde a revolução de 1959, como gesto de boa vontade pela visita em breve do papa Francisco à ilha, informa o jornal oficial Granma.

"O Conselho de Estado da República de Cuba (principal órgão do governo), por ocasião da visita de Sua Santidade, o papa Francisco, e assim como aconteceu quando nos visitaram os Sumos Pontífices João Paulo II e Bento XVI, acordou indultar 3.522 sancionados, levando em consideração a natureza dos fatos pelos quais foram condenados, seu comportamento na prisão, o tempo de cumprimento da sanção e razões de saúde", afirma o jornal.

"Entre os indultados se destacam pessoas com mais de 60 anos de idade, jovens com menos de 20 anos sem antecedentes penais, enfermos crônicos, mulheres, vários que se aproximavam do prazo estabelecido para a liberdade condicional no ano de 2016 (...), assim como estrangeiros, desde que o país de origem garanta a repatriação", completa o Granma.

"Esta decisão se tornará efetiva ao fim de 72 horas".

Em 28 de dezembro de 2011, o governo de Raúl Castro anunciou o indulto de 2.991 presos pela visita do papa Bento XVI (que aconteceu em março de 2012), 10 vezes mais que o número de pessoas libertadas por Fidel Castro um mês depois da visita de João Paulo II, em janeiro de 1998.

Esta havia sido a maior libertação de detentos desde a revolução de 1959, que levou ao poder Fidel Castro, que foi substituído por razões de saúde pelo irmão Raúl em 2006.

Em janeiro deste ano, como gesto de boa vontade após a histórica aproximação com os Estados Unidos anunciada em 17 de dezembro de 2014, o governo comunista cubano indultou 53 detentos que Washington considerava "presos políticos".

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