David Cameron criticado por afirmar que o Reino Unido é cristão

AFP
21/04/2014 às 11:19.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:14
 (Leon Neal)

(Leon Neal)

LONDRES - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi acusado nesta segunda-feira (21) de sectarismo por afirmar em sua mensagem de Páscoa que o Reino Unido é "um país cristão".   Os escritores Ken Follett, Philip Pullman e Terry Pratchett e os cientistas John Sulston e Harold Kroto - ambos vencedores do Nobel - são algumas das personalidades que assinaram uma carta publicada no jornal Daily Telegraph contra as declarações de Cameron.   O primeiro-ministro, anglicano, falou sobre religião em várias ocasiões nos últimos meses. Na semana passada, o conservador escreveu um artigo no qual pediu aos cristãos que façam mais proselitismo de sua fé.   Analistas acreditam que Cameron tenta reconstruir pontes com a Igreja, contrária a sua lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e que critica reiteradamente as medidas de austeridade de seu governo.   "Algumas pessoas acreditam que nesta época tão laica não deveríamos falar destas coisas. Discordo totalmente", escreveu o chefe de Governo no jornal Church Times, uma publicação anglicana.   "Acredito que deveríamos ter mais confiança sobre nosso status como país cristão, mais ambição sobre aumentar o papel das organizações religiosas e, francamente, mais evangélicos sobre uma fé que nos pede que saiamos e façamos uma diferença na vida das pessoas".   A carta de resposta publicada no Daily Telegraph foi uma iniciativa da Associação Humanista. O texto contesta a afirmação de Cameron de que o Reino Unido continua um país cristão.   "Repetidos informes, pesquisas e estudos mostram a maioria como indivíduos não cristãos". "Reivindicar constantemente o contrário estimula a alienação e a divisão em nossa sociedade", afirma a carta.   De acordo com o censo de 2011, 59,3% dos ingleses e galeses se identificaram como cristãos, contra 71,7% uma década antes.    Além disso, 25,1% afirmaram não ter religião, contra 14,8% em 2001.

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