Distúrbios diminuem em Estocolmo, mas se propagam para outras cidade

AFP
25/05/2013 às 09:30.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:33

ESTOCOLMO - A onda de violência que atinge a periferia de Estocolmo há seis dias se espalhou nesta madrugada para outras cidades suecas.

Veículos e edifícios foram incendiados nas cidades de Uppsala, Oerebro e Linkoeping.

Em Oerebro, 160 km ao norte de Estocolmo, uma escola foi incendiada, assim como vários veículos. Um policial ficou ferido após ser atingido por pedras e uma delegacia foi invadida, segundo a polícia.

Em Linkoeping, a 235 km da capital, carros foram queimados, assim como uma creche e uma escola, enquanto em Uppsala, a 70 km de Estocolmo, uma escola e um carro foram incendiados.

Para o porta-voz da polícia de Oerebro, Kjell Lindgren,

trata-se "de pessoas que aproveitam da situação em Estocolmo para cometer crimes e receber pouca atenção".

Os bombeiros registraram 40 incêndios na periferia da capital durante esta noite, um número menor do que os 70 focos apagados na madrugada de quinta para sexta.

Os reforços das cidades de Gotemburgo e Malmö, segunda e terceira maiores cidades da Suécia, ajudaram a diminuir a tensão.

A polícia prendeu uma pessoa por tentativa de agressão e 20 outras foram detidas por um curto período por perturbação da ordem pública, segundo o porta-voz.

Um jovem que disse ter participado dos incidentes, e identificado pela rádio pública SR com o psudônimo de Kim, disse ter agido por revolta contra o desemprego e o racismo que assolam esses bairros.

"Nós queimamos carros, atiramos pedras na polícia, nas viaturas. Mas é uma coisa boa, porque agora as pessoas sabem onde é Husby (...) É a única maneira de se fazer entender", declarou.

A onda de violência provocou um debate na Suécia sobre a integração dos imigrantes, que representam cerca de 15% da população, se concentram nos bairros pobres das grandes cidades do país e sofrem com uma taxa de desemprego mais elevada do que a do restante da população. Em Husby, a taxa de desemprego atingiu 8,8% em 2012, contra 3,6% em Estocolmo.

No exterior, as manifestações nas periferias colocaram em xeque o mito de uma sociedade sueca pacífica e igualitária.

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido e a embaixada dos Estados Unidos em Estocolmo colocaram em estado de alerta seus expatriados e recomendaram evitar os bairros afetados pelas perturbações.

A onda de violência teria como estopim a morte de um morador de 69 anos de Husby, assassinado pela polícia dentro de casa. As forças de segurança alegaram que tinham agido em legítima defesa, já que o homem - que estaria armado - estava fora de si.

Em razão de uma política de imigração liberal, a Suécia tornou-se nas últimas décadas um dos primeiros destinos dos imigrantes na Europa. Muitos deles vêm de países e regiões como Iraque, Afeganistão, Somália, Bálcãs e, mais recentemente, da Síria.

Graves incidentes comparáveis a estes foram registrados em 2010 em Rinkeby e em 2008 em Malmö, no sul, onde houve protestos contra o fechamento de um centro islâmico.

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