Encarregado da Venezuela diz que embaixada foi 'assediada' e cobra Brasil

Estadão Conteúdo
13/11/2019 às 12:42.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:40
Prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas terminou na noite desta segunda-feira (25). (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas terminou na noite desta segunda-feira (25). (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O encarregado de Negócios da Venezuela no Brasil, Freddy Meregote, afirmou que a embaixada do país em Brasília foi "assediada" e cobrou do governo brasileiro a manutenção da integralidade física de representantes que estão no local. Ele também destacou que o governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, deveria declarar os funcionários da representação diplomática como "personas non gratas" para que pudessem deixar o Brasil.

"Quero denunciar à comunidade internacional que nossa embaixada foi assediada, penetrada irresponsavelmente", disse Meregote em entrevista à imprensa no portão da sede da representação da Venezuela em Brasília. "Há um assédio a uma embaixada, a um país, e por trás disso a mão do imperialismo norte-americano."

Representantes do opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente da Venezuela pelo Brasil, conseguiram pela primeira vez acesso à embaixada do país em Brasília, na madrugada desta quarta-feira, 13, horas antes do início das atividades da 11ª Cúpula do Brics, que reúne os líderes de Rússia, Índia, China e África do Sul, países que apoiam a permanência do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no poder.

Ainda não há informações oficiais se o grupo estava armado.

O representante pró Maduro afirmou que houve violação dos direitos humanos e internacionais na ação.

Reconhecendo Guaidó como presidente interino, o governo brasileiro deveria declarar os funcionários da embaixada como "personas non gratas", com base na Convenção de Viena, afirmou Meregote. "Assim, para que nós possamos sair do país em tempo correspondente."

Do lado de fora da embaixada, militantes de partidos e movimentos de esquerda fazem um protesto classificando a ação como uma "invasão" e um "golpe" com respaldo do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O embaixador da Bolívia no Brasil, José Kinn Franco, foi ao local. "O que está acontecendo hoje é uma agressão de pessoas que não podem violar uma propriedade que é do Estado infringir a lei", declarou.

Segundo assessores da embaixada, os funcionários estão reunidos neste momento com integrantes da Polícia Federal, da Polícia Militar do Distrito Federal, do Mercosul e do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.


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