Inspetores da AIEA visitam mina de urânio no Irã pela primeira vez desde 2005

Folhapress
29/01/2014 às 18:20.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:40

SÃO PAULO - Inspetores da ONU visitaram nesta quarta-feira (29) uma mina de urânio no Irã pela primeira vez em quase uma década, informou a mídia iraniana em um momento em que Teerã abre gradualmente seu controverso programa nuclear para uma maior investigação internacional.    Uma equipe de três membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi à mina de Gchine, perto da cidade de Bandar Abbas, ao sul do Golfo Pérsico, disse um porta-voz da organização de energia atômica do Irã. A AIEA esteve lá pela última vez em 2005.    Eles "estão realizando sua inspeção agora", disse Behrouz Kamalvandi no site da Press TV, a rede de televisão estatal em inglês do Irã.    Os inspetores devem deixar o Irã à noite. Nenhum detalhe foi dado sobre esta visita a Gachin, que não foi autorizada à imprensa.    A permissão para que a agência nuclear da ONU, que investiga suspeitas de que o Irã pode ter realizado pesquisas para uma bomba atômica, vá a Gchine era um dos seis passos concretos com os quais os iranianos concordaram no acordo de cooperação com a AIEA fechado em 11 de novembro.    Como parte da primeira fase do acordo, a AIEA visitou em dezembro a usina de produção de água pesada de Arak, perto do reator de água pesada que o Irã planeja operar ao final de 2014. O reator é o centro das preocupações das grandes potências, já que ofereceria ao Irã a possibilidade de extrair plutônio, que pode ser reprocessado e utilizado para construir uma bomba atômica.    Paralelamente, o país fechou outro acordo com as seis potências mundiais para conter seu programa nuclear em troca de um alívio limitado nas sanções que enfraqueceram a economia do país. O acordo entrou em vigor em 20 de janeiro e vale por seis meses.    Os dois acordos assinalaram um avanço rápido nos laços problemáticos do Irã com o resto do mundo, e foram possibilitados pela eleição de Hassan Rowhani, um presidente relativamente moderado que busca encerrar o isolamento internacional de Teerã.    O Irã diz estar refinando urânio somente para abastecer uma rede de usinas nucleares em planejamento. Mas o mesmo material também pode fornecer o núcleo físsil para uma bomba atômica se for mais enriquecido. Teerã nega as acusações de que esteja fabricando uma bomba.    Irã e AIEA se reunirão em 8 de fevereiro para discutir futuros passos do acordo de cooperação, e a AIEA pretende pressionar para ter mais acesso e informações relacionadas a sua investigação sobre a suposta pesquisa de armas atômicas do Irã.

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