Mercosul condena espionagem dos EUA e pede maior integração regional

AFP
30/10/2013 às 21:53.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:47

CARACAS - O Mercosul condenou nesta quarta-feira a "espionagem global" dos Estados Unidos, em uma reunião de chanceleres e ministros, em Caracas.   No encontro, também foram abordadas propostas para impulsionar uma maior abertura em relação a outros blocos, como Alba, Petrocaribe e Caricom.   "Condenamos o sistema de espionagem global desenvolvido pelo governo dos Estados Unidos que envolveu a espionagem à presidente Dilma Roussef", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua, em entrevista à emissora pública Telesur ao término da sessão.   Além de Jaua, participaram da reunião os chanceleres de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, Argentina, Héctor Timerman, Uruguai, Luis Almagro, e Bolívia (país em vias de associação), David Choquehuanca.   "Ratificou-se a condenação à espionagem global realizada pelo governo dos Estados Unidos (...), e foram abordadas as medidas necessárias (a serem tomadas) tanto pelos governos quanto por todos os setores da nossa sociedade", comentou Jaua, na sessão de encerramento.   Jaua disse que essa condenação aos Estados Unidos consta do comunicado final del encontro. Além disso, os chanceleres revisaram as propostas feitas por especialistas em setembro passado para "avançar em um sistema de proteção de telecomunicações e cibernético" no bloco.   Na reunião de Caracas, também foram aprovadas propostas para aprofundar a relação do Mercosul com outros blocos regionais como a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), Petrocaribe e a Comunidade do Caribe.   Manifestou-se "o interesse de iniciar um diálogo com os países-membros de Alba, Petrocaribe e Caricom para dinamizar as relações econômicas, potencializando o intercâmbio comercial complementar, equilibrado e que responda aos interesses de desenvolvimento dos nossos povos", disse Jaua.   Em seu discurso de encerramento, o presidente anfitrião, Nicolás Maduro, que exerce a presidência rotativa do bloco desde 12 de julho, destacou a necessidade de integrar o Mercosul no âmbito da América Latina.   "Aspiramos a que, na Cúpula do Mercosul (que será na Venezuela) em dezembro (...), possamos esboçar com mais clareza a proposta que, nessa reunião, os chanceleres assumiram para ser trabalhada. Propusemos em diversos espaços a criação de uma poderosa zona de desenvolvimento econômico compartilhado", afirmou.   O estado das negociações entre Mercosul e União Europeia também foi abordado. Após uma suspensão de seis anos, Mercosul e UE retomaram em 2010 as negociações para concluir um acordo de livre-comércio e, em dezembro, representantes de ambos os blocos vão se reunir para tratar do tema.

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