Milhares de pessoas protestam em Paris contra o casamento gay

AFP
24/03/2013 às 13:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:12
 (Eric Feferberg)

(Eric Feferberg)

PARIS - Milhares de pessoas se reuniram neste domingo (24) em Paris para protestar contra o casamento entre homossexuais, em uma última mobilização em massa antes da adoção definitiva do projeto de lei que legaliza a união e adoção por casais do mesmo sexo.

Telões foram instalados do Arco da Defesa até o Arco do Triunfo. Faixas foram penduradas nas varandas: "Não toquem em minha filiação", "Queremos emprego, não casamento gay" ou ainda "Não ao gay-extremismo".

A última manifestação de opositores ao casamento gay reuniu em 13 de janeiro 340.000 pessoas, de acordo com a polícia, e quase um milhão, segundo os organizadores.

"Queremos atrair pelo menos o mesmo número", ressaltou um dos organizadoros. A polícia espera uma mobilização menor, entre 150.000 e 200.000 manifestantes.

A convocação foi feita apenas na quinta-feira à noite e a organização do percurso foi caótica.

Os manifestantes foram chamados a se reunir a partir das 14 horas (10 horas no horário de Brasília) em "um acesso único e simbólico", do Arco da Defesa ao Arco do Triunfo, distantes 5 km um do outro.

Os organizadores também esperam "melhor visibilidade" do "número de participantes" e um "efeito de massa". Em janeiro, os opositores consideraram que a polícia foi responsável por diminuir o número de manifestantes.

"Nada foi feito"

O opositor Jean-Pierre Bernardin espera a presença de muita gente porque "nada ainda foi feito" a uma semana da análise no Senado da lei, que já foi votada na Assembleia Nacional. "A reforma pode ainda ser adiada", acredita.

Os opositores querem pedir a François Hollande que retire o texto para ser submetido a um referendo.

Segundo eles, este projeto, que possibilita o casamento e a adoção por casais do mesmo sexo, "perturba totalmente a sociedade, negando o parentesco e a filiação natural" e isso teria "consequências econômicas, sociais e étnicas incalculáveis".

Enquanto a manifestação se diz apolítica, o partido de extrema-direita Frente Nacional convidou seus militantes a se juntarem a uma delegação nacional do partido.

Vários políticos de direita também expressam apoio ao movimento, entre ele o deputado da UMP Henri Guaino, que fez um apelo para que os manifestantes "censurem" o governo "nas ruas".

O presidente da UMP, Jean-François Copé, também convidou militantes de seu partido a manifestar. Segundo ele, o governo ignora "700.000 cidadãos" que "assinaram uma petição" em oposição ao projeto.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por