(ALBERTO PIZZOLI/AFP)
Um experiente político britânico foi nomeado nesta quarta-feira (9) chefe de uma comissão de conselheiros que ajudará o papa Francisco a modernizar a estratégia de comunicação do Vaticano. O britânico Chris Patten, 70, católico, já foi presidente da BBC e do Partido Conservador. Ele também foi emissário da União Europeia (UE) e o último governador britânico da atualmente autônoma Hong Kong.
Outros dez profissionais de mídia (de EUA, Alemanha, França, Espanha e Singapura) e cinco funcionários do Vaticano integrarão, ao lado dele, a comissão. Durante o próximo ano, o grupo irá elaborar propostas que aproximem a Igreja Católica de tendências de comunicação e que melhorem a comunicação entre departamentos, além de, se possível, cortarem gastos.
O Vaticano possui atualmente uma série de sites e de perfis em redes sociais, principalmente o Twitter. Tem ainda seis departamentos responsáveis pela mídia --sendo um escritório de imprensa, uma TV, uma rádio, um jornal (o "Observatório Romano"), um escritório de internet e um conselho de comunicação-- que são conhecidos por não cooperarem uns com os outros e por, por vezes, competirem entre si.
Na chefia da BBC, Patten enfrentou uma série de escândalos. Ele foi criticado pelos pagamentos feitos a executivos e por uma suposta parcialidade na cobertura do jubileu de diamante da rainha Elizabeth 2ª. Quatro anos atrás, quando Bento 16 ainda comandava a Igreja, Patten disse em uma entrevista que não concordava com "nada do que o Vaticano dizia", mas que admirava o papa alemão "intelectualmente".
O britânico colaborou com o governo na organização da visita de Bento 16 ao Reino Unido, em 2010. Patten deixou a chefia da BBC há dois meses, depois de ser submetido a uma cirurgia cardíaca, porque, disse, precisava diminuir a carga de trabalho. O cardeal George Pell, da Austrália, confirmou, em entrevista, que o britânico "não está bem", e que sua prioridade será "recompor as suas forças".
FINANÇAS
Também nesta quarta, o Vaticano anunciou que irá separar suas atividades como banco de investimentos dos pagamentos da Igreja, em mais uma tentativa de se livrar de acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O empresário francês Jean-Baptise de Franssu foi nomeado o novo chefe da instituição, chamada oficialmente de
Instituto para as Obras de Religião (IOR).
Em três anos, um novo departamento, de Gerência dos Bens Vaticanos, deverá assumir a totalidade dos pagamentos a funcionários, ordens religiosas e caridades.
Conforme o cardeal Pell, a meta é fazer do Vaticano um "modelo de transparência financeira em vez da causa de eventuais escândalos".