Segundo Yoani Sánchez, apesar de reformas, governo de Cuba segue fechado

AFP
12/04/2013 às 16:16.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:47
 (Adalberto Roque/AFP)

(Adalberto Roque/AFP)

LIMA - A blogueira e dissidente cubana Yoani Sánchez disse nesta sexta-feira (12) em Lima que o governo de Raúl Castro realizou algumas flexibilizações em seu país, mas que estas não alcançam as reformas políticas porque o "punho segue ferrenhamente fechado".

"É verdade que ocorreram flexibilizações, como a compra e a venda de casas e carros, há a possibilidade de ter telefones celulares, podem ser feitos trabalhos por conta própria, o que é um eufemismo para se referir ao setor privado", disse à rádio RPP, de Lima.

No entanto, ela ressaltou que "não foi dado nem um passo em reformas políticas, nada de liberdade de expressão, nada de permitir que o povo se manifeste contra o governo", o que a levou a afirmar que "o punho segue ferrenhamente fechado".

Sánchez, que está em Lima depois de ter iniciado em fevereiro uma viagem pela América Latina, explicou que o governo de Raúl Castro "foi hábil em exportar o mito das grandes reformas".

"As reformas foram assumidas não por gesto magnânimo, mas por desespero. Eles perceberam que se mantivessem a situação atual, e devido à situação de pressão social, iriam perder o poder", sustentou.

A dissidente cubana ressaltou que as autoridades de Havana adotaram algumas mudanças pelo fato de que "casas já eram compradas e vendidas na clandestinidade, assim como se fazia com os carros e os celulares que eram comprados dos turistas".

"As reformas de Raúl se caracterizam por aceitar o que não se pode impedir", disse, enquanto admitiu que, "de qualquer forma, houve um impacto, mas que não é notado na macroeconomia, e sim na microeconomia".

 

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