Sindicatos se juntam a protestos contra destruição de parque na Turquia

Agência Estado
04/06/2013 às 09:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:48

Novos protestos eram esperados nesta terça-feira (4) na Turquia, após uma noite de violentos confrontos que deixaram um segundo homem morto, enquanto os sindicatos do país se preparavam para participar de protestos contra o governo em todo o país.

Enquanto o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan está em visita ao Norte da África, o presidente Abdullah Gul reuniu-se com o vice-primeiro-ministro Bulent Arinc nesta terça-feira parta discutir as respostas do governo à crise. Mais tarde, Arinc pediu desculpas pelos manifestantes que ficaram feridos.

Na noite de segunda-feira, Erdorgan declarou no Marrocos que espera que a situação esteja resolvida quando ele voltar para o país, na quinta-feira. O primeiro-ministro adotou um tom desafiador, chamando os manifestantes de extremistas marginais, embora centenas de milhares de manifestantes tenham tomado as ruas, na maioria, de forma pacífica.

Dois manifestantes foram mortos durante os protestos que já chegam à segunda semana. Um deles foi atropelado por um táxi em Istambul e o outro morreu em Antakya, na fronteira com a Síria, na noite de segunda-feira.

"Nossos cidadãos usaram seu direito legítimo de reação e nós recebemos isso com respeito. Porém, eventos que tiveram início como demonstrações legítimas infelizmente tomaram uma magnitude muito diferente", declarou Arinc à televisão em Ancara, após reunir-se com Gul.

Nesta terça-feira, os manifestantes prometeram manter os protestos após entrarem em confronto com a polícia na praça Taksim, centro de Istambul, nas primeira horas do dia. A Confederação dos Sindicatos dos Funcionários Públicos (KESK, na sigla em turco), que tem 240 mil membros, realiza uma greve de dois dias em solidariedade aos manifestantes e para exigir melhores condições de trabalho de garantia de renda.

Os protestos tiveram início na semana passada com um grupo pequeno e pacífico que ocupou o parque Gezi, onde Erdogan quer destruir o único espaço verde de Istambul para abrir caminho para um prédio de uso misto no formato de um quartel otomano.

Quando a polícia interveio com gás lacrimogêneo e canhões de gás para remover os manifestantes do parque, as tensões se intensificaram. Na sexta-feira, mais de 1000 mil pessoas em toda a Turquia haviam saído às ruas, no que se transformou nas mais violentas manifestações contra o governo desde que Erdogan chegou ao poder, uma década atrás.
Fonte: Dow Jones Newswires.
http://www.estadao.com.br

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