Tabeliã que se recusou a celebrar casamentos gays é presa nos EUA

Folhapress
04/09/2015 às 10:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:38

Foi presa ontem (3) por desobediência a uma ordem judicial da Suprema Corte dos Estados Unidos a tabeliã Kim Davis. Ela se recusava a celebrar casamentos homossexuais devido a sua crença religiosa.

Davis era a única pessoa autorizada a dar certidões de casamento no condado de Rowan, no Kentucky. Depois que a Suprema Corte liberou o matrimônio gay, em junho, ela apelou duas vezes para se recusar a celebrar as uniões.

Enquanto as ações tramitavam, Davis não celebrou nenhum casamento, heterossexual ou homossexual. A Suprema Corte derrubou as duas medidas na segunda (31), mas ela voltou a desrespeitar a ordem judicial na terça (1º).

Agora, o juiz do distrito, David Bunning, deu autorizações aos cinco suplentes para que façam as cerimônias, incluindo o filho da tabeliã presa, Nathan. Caso não cumpram as ordens da Justiça, eles poderão ser presos ou multados.

Diante do juiz, Kim Davis voltou a dizer que sua moral religiosa não permitia que ela permitisse uniões com pessoas do mesmo sexo. "Você não pode ser separado de algo que está em seu coração e em sua alma." Bunning disse que, perante a resistência da tabeliã, não lhe restava outra alternativa que não prendê-la. Para ele, se a Justiça
autorizasse qualquer exceção à decisão da Suprema Corte criaria um precedente perigoso.

Para a defesa, no entanto, o juiz foi contra o princípio de que os tabeliães suplentes não podem desafiar a autoridade do titular. Do lado de fora, manifestantes comemoraram a decisão do juiz.

CONFUSÃO

Na última terça (1º), um dia depois da decisão da Suprema Corte, Kim Davis discutiu com dois casais homossexuais que tentavam se casar. Na ocasião, ela disse que seguia "a autoridade de Deus".

Mais tarde, seus advogados divulgaram uma nota em que ela disse ter recebido ameaças de morte, mas que não vai se deixar intimidar ou renunciar ao cargo. Para ela, a celebração dos casamentos gays "viola sua consciência".

"É uma decisão de céu ou inferno. Não tenho animosidades contra ninguém e não ajo com má vontade. Para mim isto não é uma questão de ser gay ou lésbica. É sobre o casamento e a palavra de Deus." Em sua defesa, ela afirma que estaria violando os preceitos da fé católica. Na sua interpretação, sua religião proíbe que ela coloque seu nome em um documento endossando o casamento homossexual.

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