Talibã declara 'anistia' e chama mulheres para participar do governo no Afeganistão

Raíssa Pedrosa
rrezende@hojeemdia.com.br
17/08/2021 às 14:08.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:42
 (Banco de Imagens/Pixabay)

(Banco de Imagens/Pixabay)

Após reconquistar Cabul e instaurar o Emirado Islãmico, o grupo Talibã declarou, nesta terça (17), "anistia" em todo o Afeganistão e chamou as mulheres a participarem do governo. A declaração foi transmitida pela TV do antigo Estado afegão, agora controlada pelo grupo, e vem de uma tentativa de mudar a imagem dos extremistas e demonstrar tom mais pacífico.

Os integrantes ainda pediram a todos para "retomar sua vida cotidiana com total confiança" e, aos funcionários públicos, que voltem a trabalhar.

No dia do anúncio da tomada do poder, milhares de afegãos tentaram sair do país com medo de represálias por parte do grupo. Muitos trabalhavam para o governo afegão anterior e países estrangeiros, como os EUA, atuando como motoristas e intérpretes, por exemplo.

Como parte dessa "mudança", um porta-voz do Talibã foi entrevistado nesta terça por uma apresentadora mulher, sem burca, para uma rede de televisão. Apesar disso, de acordo com agências internacionais, o povo afegão permanece temeroso, principalmente as mulheres.

Extremismo

O Talibã segue uma interpretação extremista da lei islâmica. Entre 1996 e 2001, quando o comandava o país, mulheres eram obrigadas a usar burca, não tinham direito à educação, viviam confinadas em suas casas e não podiam ir às ruas sem a companhia de um homem.

Agora, apesar de o novo discurso considerar, por exemplo, o acesso à escola ao público feminino, há relatos de centros de estética fechados nas últimas horas em Cabul e cartazes com mulheres retirados das ruas.

Aeroporto

Agências internacionais apontam que o Aeroporto Internacional de Cabul, depois de um dia caótico, voltou à normalidade. O número de civis no aeroporto é menor, e os voos militares de repatriamento foram retomados. Dois aviões militares, um francês e um alemão, já realizaram a primeira retirada de pessoas da capital.

*Com agências


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