Tribunal de Haia concede ao Peru mais uma parte do oceano Pacífico

Folhapress
27/01/2014 às 18:23.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:37

SÃO PAULO - Em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça decidiu conceder parte do oceano Pacífico, que estava sob o domínio do Chile desde os anos 1950, ao Peru.    No entanto, os peruanos não conseguiram o total de 38 mil km² de território no oceano Pacífico pedidos na apresentação da ação em Haia, em 2008.    O país conseguiu 21 mil km², que antes pertenciam ao Chile, e outros 28,6 mil km² que agora fazem parte do seu domínio.    A fronteira entre os dois países foi fixada por dois tratados, de 1952 e 1954. Os documentos estabeleciam que a linha divisória começaria no paralelo 18º21'00''. No entanto, Santiago entendia que a linha paralela à coordenada era de seu domínio, enquanto Lima defendia que fosse traçada uma linha equidistante ao sul.    Na decisão oficial, foi determinado que as primeiras 80 milhas seguirão a linha paralela determinada pelo paralelo, assim como na atual fronteira chilena. No trecho restante, até o limite de 200 milhas, foi acertada uma linha equidistante.    O documento, no entanto, não estabeleceu as coordenadas precisas, o que era pedido pelos dois países. A corte acredita que Lima e Santiago podem determinar os limites a partir de acordo. "A corte espera que as partes determinem estas coordenadas de acordo com a decisão e no espírito de boa vizinhança".    A leitura da decisão pelo presidente do tribunal, Peter Tomka, durou duas horas. O documento analisou ponto a ponto as alegações apresentadas pelos dois países para sustentar suas causas. As autoridades de ambos os países reiteraram nos últimos dias que vão acatar a decisão da CIJ.    Como consequência dessa decisão, a atual fronteira foi rompida, mas não afetará os pescadores chilenos, principalmente os pequenos, cujo raio de atuação é de cerca de 40 milhas.    O representante do Chile na CIJ, Alberto Van Klaveren, lamentou a redução do paralelo às primeiras 80 milhas, mas assegurou que o país vai cumprir a decisão. "Lamentamos profundamente esta resolução que, em nossa opinião, carece de fundamento", disse.    Já o representante do Peru, Allan Wagner, agradeceu a toda a equipe que participou do processo.

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