Trump preocupa à medida em que retórica se torna política, afirma Europa

Estadão Conteúdo
03/02/2017 às 17:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:41

Líderes da União Europeia reiteraram o compromisso de se manterem unidos frente às fortes críticas dirigidas ao bloco pelo presidente dos Estados Unidos, que ameaça minar a forte relação entre as nações dos dois lados do Atlântico Norte.

Esta semana, o presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, já havia colocado Estados Unidos de Trump na categoria de "ameaça", insistindo que o presidente americano, Donald Trump, está contribuindo para a perspectiva "altamente imprevisível" para o bloco.

"Talvez a melhor evidência de que estamos neste contexto é o fato de alguns colegas meus colocarem um apelido em mim, de forma espontânea. Eles me chamam de "nosso Donald", afirmou Tusk nesta sexta-feira, sublinhando as novas divisões na aliança de mais de um século entre europeus e norte-americanos.

O presidente da França, François Hollande, afirmou ser inaceitável que Trump possa colocar pressão sobre a UE através de seus comentários. Já o líder da Lituânia, presidente Dalia Grybauskaite, notou que era quase impossível construir uma ponte com Trumpo porque "estamos comunicando com os EUA principalmente através do Twitter."

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Mesmo antes da eleição, Trump tem questionado a Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmando que ela é "obsoleta". Seu governo tem sinalizado que o acordo de livre comércio entre a UE e os EUA está ameaçado.

Além disso, Trump insultou os líderes europeus ao chamar a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia de "um tremendo ativo, e não um tremendo passivo".

Para a França e a Alemanha, existe apenas uma única solução ao se confrontar com um parceiro tão imprevisível.

"Muitos países precisam entender que seu futuro está primeiramente na União Europeia, e não em um acordo bilateral com os Estados Unidos", disse Hollande.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha, afirmou que "quanto mais claros fomos em relação ao nosso papel no mundo, melhor poderemos entender nossa relação com o outro lado do Atlântico".

Fonte: Associated Press.

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