"Não tenho convicção se o mandante é A ou B", diz advogado do ex-prefeito de Unaí

Ezequiel Fagundes
04/11/2015 às 12:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:20
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Em rápida entrevista, o criminalista Marcelo Leonardo, responsável pela defesa do ex-prefeito Antério Mânica no caso conhecido como Chacina de Unaí, declarou nesta quarta-feira dia (4) não saber quem ordenou os assassinatos e afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) não tem provas para pedir a condenação do cliente dele.

"Até aqui nenhuma prova de envolvimento direto do Antério nos fatos. Como não se produziu nos onze anos da investigação. Não tem novidade", declarou, em entrevista, concedida após o término dos trabalhos do júri na parte da manhã.

 Indagado quem teria ordenado a execução dos quatro servidores do Ministério do Trabalho, o advogado respondeu: "Não tenho convicção se mandante é A ou B. Não trato disso, trato da defesa do meu cliente".

Na semana passada, o advogado do fazendeiro Norberto Mânica, conhecido como o "Rei do Feijão", Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou ter sido o empresário cerealista José Alves de Castro, delator do processo, o verdadeiro mandante da chacina, ocorrida em 28 de janeiro de 2004.

José Alves foi condenado a 96 anos de cadeia, já Norberto pegou quase 100 anos. Os dois, no entanto, vão recorrer em liberdade da decisão de primeira instância. Ainda em entrevista, Marcelo Leonardo negou que Antério tenha ameaçado os fiscais do trabalho.
 
"Em nenhum momento ele nunca ameaçou ninguém. É mais uma mentira produzida pela acusação". Sobre o suposto uso de um Fiat Marea com crime, ele declarou que "isso será esclarecido".   Júri
Quatro testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal (MPF) foram ouvidas pelo juiz federal Murilo Fernandes de Almeida, da 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. O primeiro foi o delegado Wagner Pinto, que atuou na investigação na época do crime. Em seguida, o PM Vilmar da Silva Ferreira, que socorreu as vítimas.

Na condição de informante, foi ouvida a viúva do fiscal Nelson José da Silva, Elba Soares. A quarta testemunha a falar foi a servidora pública Emanuele da Silva Rodrigues, sobrinha de Elba. Ao todo, cerca de 15 testemunhas foram convocadas pela acusação e seis pela defesa. A expectativa é de que o júri termine na quinta ou até na sexta-feira.

 

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