Número de dívidas em atraso do belo-horizontino é o maior para junho dos últimos quatro anos

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
26/07/2016 às 19:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:01
 (MAURICIO DE SOUZA/Arquivo Hoje em Dia)

(MAURICIO DE SOUZA/Arquivo Hoje em Dia)

Pagar as contas em dia tem sido uma tarefa cada vez mais difícil para os belo-horizontinos. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) apontam que, em junho, o número de dívidas em atraso na capital aumentou 6,28% frente ao mesmo mês de 2015. O crescimento é o maior dos últimos quatro anos para essa mesma base de comparação.

Os vilões são velhos conhecidos. A inflação que corrói a renda do trabalhador e os juros, que estão entre os mais altos do mundo. Para se ter uma ideia, no mês passado, o empréstimo rotativo do cartão de crédito bateu em 447% ao ano, segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). O vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar, explica que, devido ao aumento do custo de vida, as famílias estão com mais dificuldades em equilibrar o orçamento. “A inflação acaba reduzindo a renda. Como reflexo, o consumidor entra em uma situação financeira onde sua renda é insuficiente para cobrir todas as despesas”, afirma.

E completa: “O que também contribuiu com o acúmulo dessas dívidas foi a elevação da taxa de juros. Pois, a cada dia de atraso, o débito fica mais caro, fator que enfraquece a capacidade de pagamento dos belo-horizontinos”

Homens

Em junho, os homens foram responsáveis pelo maior crescimento das dívidas em atraso na capital (6,31%), na comparação com o mesmo mês de 2015. Esse índice ficou em 5,63% entre as mulheres. Segundo Gaspar, o público masculino geralmente é responsável pelas compras de maior valor agregado. “Com a piora dos indicadores econômicos, esses consumidores precisam ficar mais atentos ao planejamento financeiro para evitar o acúmulo das dívidas”, explica.

Por faixa etária, os idosos registraram a maioria (30,57%) das dívidas em atraso em junho frente ao mesmo período do ano anterior. Para Gaspar, a combinação de aumento dos gastos com planos de saúde e remédios e da redução na renda devido à aposentadoria têm levado muitos consumidores acima dos 65 anos a acumular débitos.

Inadimplentes

Já o número de pessoas inadimplentes na capital cresceu 5,62% em junho frente ao mesmo mês do ano anterior. O vice-presidente acredita que essa alta da inadimplência é o reflexo da piora dos indicadores econômicos e, sobretudo da deterioração dos níveis de emprego da população.

5,62%foi o crescimento do número de inadimplentes em BH em junho na comparação com o mesmo mês de 2015
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